25 julho 2010

Ministério da Saúde credencia Banco de Olhos e transplante de córnea volta a funcionar em MT

Redação 24horasnews
O Ministério da Saúde (MS) editou a Portaria número 355, de 14 de julho de 2010, autorizando Mato Grosso a retomar o serviço de transplantes de córnea. A partir de agora as captações de doações de córnea serão realizadas pelo Banco de Olhos de Mato Grosso, uma vez que a Portaria, no seu Artigo 1º, renovou a autorização para funcionamento, no Hospital de Olhos de Cuiabá.
O secretário de Estado de Saúde, Augusto Amaral, disse que “uma das ações previstas no PAS da Saúde é a reorganização e retomada dos serviços de transplantes em Mato Grosso com perspectiva de implementação de serviços. Para tanto o Estado, junto com o Ministério da Saúde, vem buscando os credenciamentos e a regularização dos mesmos visto que é intenção do Estado dar à Central Estadual de Transplantes dinâmica, estrutura, e busca de Unidades de Saúde parceiras e equipes especializadas a fim de alavancar os serviços de transplantes em Mato Grosso. O primeiro passo está sendo dado com o transplante de córnea, na reabertura do serviço. Em breve estaremos abrindo outras frentes”.
Dentro da dinâmica do PAS da Saúde o Estado também está retomando a organização dos demais serviços da Central de Transplantes (CT), da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES/MT), trabalhando junto ao MS na regularização dos transplantes de rins, enxerto ósseo e medula óssea.
A coordenadora da Central de Transplantes, Fátima Melo, alertou que nenhum paciente de Mato Grosso ficará sem atendimento em suas necessidades de transplantes de qualquer ordem.
“Até que todos os outros serviços de transplantes (rins, enxerto ósseo e medula óssea), que estão em fase de conclusão do recredenciamento junto ao MS, sejam autorizados a retornar suas atividades, os pacientes que necessitarem desses transplantes serão encaminhados para Tratamento Fora de Domicílio (TFD), sistema onde contam com transporte e encaminhamento a unidades de saúde fora do Estado para o necessário atendimento”, explicou Fátima Melo.
CÓRNEAS/FLUXO – Fátima Melo informou que em Mato Grosso existe um Cadastro Técnico Único de Córneas com 344 pessoas inscritas para o recebimento de doações. Assim que a córnea é captada, avaliada e processada, o Banco de Olhos de Mato Grosso, disponibiliza a mesma para o paciente rankeado pelo sistema de transplantes, explicando ela que a Central identifica então, no Cadastro Técnico Único de Córneas, qual é o paciente que irá receber o transplante (obedecendo a fila) , informa à Equipe Transplantadora responsável pelo paciente da disponibilização da córnea. Essa equipe então, agenda a data e hora do transplante e comunica a central para que a mesma entre em contato com o paciente.
Fátima Melo ressaltou que esse processo precisa ser rápido já que as córneas têm prazo de validade de 14 dias em meio de preservação. Após esse prazo perdem a qualidade e precisa ser descartadas.
SÉRIE HISTÓRICA – Uma série histórica dos transplantes de Córneas no Estado mostra que o serviço vem avançando gradativamente desde o ano de 2006, quando esse tipo de transplantes foi implementado em Mato Grosso.
Em 2006 foram realizados 48 transplantes no Estado. Em 2007 esse número saltou para 154 transplantes, aumentando para 162 em 2008. De janeiro a junho de 2009 foram realizados 117 transplantes de Córneas em Mato Grosso. E em 2010 já foram feitos 10 transplantes até a presente data.

02 julho 2010

Algumas respostas importantes sobre Doenças da Córnea

Qual a diferença entre o transplante convencional e o transplante com laser?
No transplante realizado com laser, os limites da incisão corneana são mais precisos e mais regulares , o que pode proporcionar um numero menor de pontos e uma recuperação de acuidade visual mais rápida. 
Aparelho Intralase
  

Qual o custo do transplante com laser?
Quando utilizamos o laser ocorre um aumento de aproximadamente 40% no custo da cirurgia.
 

Qual o tipo de anestesia no transplante de córnea?
Atualmente temos utilizado preferencialmente a anestesia local. Em situações especiais pode ser utilizado anestesia geral.

Quantos pontos são dados em um transplante de córnea?
A técnica mais utilizada atualmente para o transplante penetrante de córnea é realizada com 16 pontos separados. É difícil a visibilização dos pontos a olho nu.

Quando e como se retira os pontos?
Os pontos são retirados após 3 meses de cirurgia e não são retirados todos de uma só vez, isto é realizado por etapas de acordo com o astigmatismo induzido e avaliado através de topografia corneana computadorizada.  Em crianças a retirada de pontos é mais precoce.

Qual a porcentagem de sucesso de um transplante de córnea?
O transplante de córnea apresenta alta porcentagem de sucesso. Normalmente varia entre 80 e 90% de sucesso em situações não complicadas (de acordo com estatísticas mundiais). Em casos complicados, a taxa de sucesso pode diminuir conforme a complexidade e da patologia ocular.

Quais os riscos de um transplante de córnea?
Os principais riscos de um transplante de córnea são falência primária e rejeição.

O que é falência primária?
Na falência primária, a córnea doada não apresenta bom funcionamento. Isto é percebido no primeiro mês pós-cirurgia. Neste caso, deve ser feita outra cirurgia.
   
Quais são os sinais e sintomas de rejeição?
Na rejeição a córnea apresenta bom funcionamento inicial e, algum período após, o paciente pode apresentar diminuição da visão e vermelhidão ocular. É importante o diagnóstico e o tratamento precoce para a recuperação.

Até quando o transplante de córnea pode apresentar rejeição?
O período crítico para rejeição é no primeiro ano. Porém, o paciente pode apresentar rejeição até quando viver. Grande parte das rejeicões podem ser tratadas com sucesso se forem diagnosticadas no início. Existe a possibilidade de se realizar outro transplante após a rejeição.

Qual o regime pós-operatório?
O paciente deverá usar colírios de corticóide e antibiótico. Em casos especiais pode ser necessário anti-hipertensivo ocular e medicação oral. Deve-se evitar esforço físico no período de cicatrização e dormir do lado contralateral ao olho operado.

Como se avalia córneas doadoras?
As córneas recebidas como doação passam por um processo de avaliação quanto à sua condição óptica, sendo utilizadas somente córneas que apresentem boa perspectiva para o sucesso do transplante. Mesmo assim, em alguns casos a córnea doada pode não funcionar adequadamente. São também realizados exames sorológicos nos doadores para descartar possíveis patologias infecciosas.

O que se pode esperar de um transplante de córnea?
Geralmente os resultados visuais após transplante de córnea são muito satisfatórios. A visão do paciente depende também da integridade de outras estruturas oculares. Após o transplante, pode levar meses para a visão atingir seu potencial, porém após algumas semanas o paciente já poderá  perceber melhora.

Como se inscrever para a fila de transplante de córnea?
O paciente deve ser submetido à uma avaliação oftalmológica completa. Diagnosticado patologia corneana que necessite de transplante e descartada outras possibilidades terapêuticas, o paciente é inscrito. O tempo entre a inscrição e a cirurgia é em média de 3 a 4 meses. 
  
Quanto tempo demora após a inscrição para o transplante ser realizado?
Depende do local onde se faz a inscrição. Pode levar de 1 mês a anos. O período pode ser reduzido em situações de prioridade que são pré-estabelecidas pela central de transplantes.

Quais os requisitos para o médico oftalmologista realizar transplante de córnea?
O médico oftalmologista deve ter especialização documentada em transplantes, ser cadastrado no Sistema Nacional de Transplantes e na Central de Transplantes para qual pertence. Isto garante que a fila será respeitada e assegura o paciente que seu médico é competente para indicar de forma precisa, realizar e acompanhar pós-cirurgia.

Todos os hospitais podem realizar transplante de córnea?
Os hospitais, assim como os médicos, devem ser cadastrados no Sistema Nacional de Transplantes e na Central de Transplantes para qual pertence.

Quanto tempo o paciente tem para chegar ao hospital após o comunicado de que sua cirurgia marcada?
Normalmente um intervalo de 2 a 3 dias entre o comunicado e a data da cirurgia. Assim o paciente tem um período adequado para chegar com tranquilidade ao hospital.

O que é o ceratocone?
O ceratocone é uma patologia na qual há um afinamento localizado da córnea, provocando uma fragilidade e uma protusão localizada. A córnea toma a forma cônica. Isto provoca alterações na curvatura corneana e distorsões na imagem.

Olho normal
Ceratocone

Qual a idade em que se manifesta o ceratocone?
Normalmente, o ceratocone se manifesta entre os 10 e 20 anos de idade. Porém, em alguns casos, pode se manifestar mais cedo ou mais tarde.

O ceratocone é progressivo?
O ceratocone pode ou não progredir, não existe um padrão definido de evolução. O importante é sempre manter consultas regulares com o oftalmologista.

Qual a origem  do ceratocone?
Não há até o momento uma etiologia elucidada sobre o ceratocone. Sabe-se que existem casos relacionados à alergia ocular e também casos familiares esporádicos. O ceratocone não é hereditário por regra.

O ceratocone pode voltar após o transplante de córnea?
Geralmente não há recorrência do ceratocone após o transplante. Existem casos relatados de pacientes que desenvolveram ceratocone após o transplante. Porém não se sabe se o paciente desenvolveu ceratocone na córnea doada ou a córnea doadora é que tinha predisposição para desenvolver ceratocone.

Quando está indicado o transplante de córnea no ceratocone?
O transplante de córnea é realizado no ceratocone quando  o paciente não apresenta visão satisfatória com óculos e/ou lentes de contato ou apresente intolerância ao uso de lentes de contato.

Quais os avanços atuais no transplante de córnea para ceratocone ?
Atualmente temos usado o laser de femtosecond para a realizacao de transplantes no ceratocone . Esta técnica permite uma recuperação mais rápida e menor numero de pontos.


Todos os casos de ceratocone necessitam de transplante de córnea?
Não. Alguns casos podem ser corrigidos por óculos ou lentes de contato. Outra possibilidade é o implante do anel de Ferrara.

O que é anel de Ferrara?
O anel de Ferrara  é  formado por 2 pequenas  pecas de 180 graus  (material acrílico )  que é implantado no estroma corneano (parte media da córnea). O anel de Ferrara foi reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina como procedimento terapêutico para ceratocone através da resolução 1762/05 de janeiro de 2005.
 

Como funciona o anel de Ferrara?
O anel de Ferrara  “regulariza” a superfície corneana que está com a forma cônica no ceratocone. Na maioria das vezes ocorre uma melhora da visão mesmo sem o auxilio de óculos. Pode ser necessário o uso de óculos e/ou lentes de contato após o implante de anel de Ferrara.

Quais os avanços na cirurgia de anel de ferrara ?
Atualmente tem se usado o laser de femtosecond para o implante do anel de ferrara .
 

Quais as vantagens de se utilizar o laser para o implante do anel ?
Com o uso do laser , o implante do anel é mais preciso , o que proporciona um melhor resultado .


Quais os custos da utilização do laser para o implante do anel de ferrara ?
Para utilização do laser no implante do anel , o custo da cirurgia é em média 40% maior em relação ao implante convencional .
 

O anel de Ferrara esta indicado em todos os tipos de ceratocone?
Grande parte dos pacientes com ceratocone podem se beneficiar com o anel de Ferrara, porem é importante uma avaliação para se verificar a possibilidade e a segurança do implante e também as chances de sucesso de cada caso.

Qual a probabilidade de sucesso cirúrgico?
O sucesso cirúrgico dos implantes tem sido muito satisfatório. Porem é importante ressaltar que é imprescindível uma avaliação pré operatória minuciosa para se detectar os casos em que o implante não esta indicado.

Quais os riscos do implante de Anel de Ferrara?
A complicação mais freqüente do implante de Anel de Ferrara é a extrusão espontânea do mesmo. Isso ocorre em 10 a 20%  dos casos. Não é rejeição. A extrusão depende da espessura corneana do paciente e da profundidade em que o anel foi implantado. Porém mesmo em casos em que a técnica cirúrgica foi precisa, pode ocorrer extrusão do anel .

O que acontece com o olho apos a extrusão do anel de Ferrara?
O olho volta ser como era antes do implante do anel. Esta é uma vantagem do procedimento, ser reversível. É possível um novo implante ou em alguns casos o transplante de cornea torna se necessário.

Aonde esta disponível a técnica cirúrgica?
A cirurgia é realizada  em vários centros brasileiros. 

O que é ceratopatia bolhosa do pseudofácico?
A ceratopatia bolhosa ocorre geralmente após  cirurgia de catarata ou outras cirurgias oculares. Normalmente, a córnea já apresenta fragilidade antes da cirurgia de catarata. A córnea torna-se edemaciada impossibilitando boa visão.

Quando o paciente desenvolve ceratopatia bolhosa?
A ceratopatia bolhosa pode se desenvolver imediatamente após a cirurgia ou levar algum tempo. A córnea toma aspecto branco azulado.

O que é distrofia de Fuchs?
A distrofia de Fuchs é uma patologia na qual há uma fragilidade corneana, pode ocorrer edema de córnea sem cirurgias prévias.

O transplante de córnea é uma possibilidade terapêutica neste caso?
Para restabelecer a visão, o transplante de córnea é o único meio para a ceratopatia bolhosa. Existem outras possibilidades terapêuticas, porém estas somente propiciam alívio sem melhora visual  e estão indicadas quando o paciente sente dor e está aguardando transplante de córnea.

O que é leucoma corneano?
Leucoma é uma opacidade corneana. A córnea toma aspecto branco em toda sua extensão ou em parte.

Como se desenvolve leucoma corneano?
O leucoma pode ser congênito ou se desenvolver após doenças infecciosas (principalmente herpes ocular) ou traumas.

Como o leucoma corneano prejudica a visão?
O leucoma é uma opacidade que pode se localizar centralmente e também  provocar alterações na curvatura corneana, diminuindo a visão.

O herpes pode recorrer na córnea após o transplante de córnea?
Sim, o herpes se localiza no gânglio nervoso e pode recorrer na córnea transplantada podendo determinar a perda do transplante.

Existem cuidados especiais no transplante por leucoma pós-herpes?
O paciente deve tomar medicação (aciclovir oral ou similares) por pelo menos 6 meses após o procedimento cirúrgico.



30 junho 2010

Emails recebidos

Tenho recebido emails de toda parte do Brasil. Tento responder na medida do possível. Lembro a todos que enviam emails pelo hotmail, olharem no Lixo Eletrônico. Muitas vezes o hotmail encaminha emails desconhecidos para lá.

02 maio 2010

Depoimento de Adrianne

Minha nova vida! Estou sumida por um bom motivo

Queridos amigos !!
Estou meio ausente da net porque a vida anda muito corrida.
Depois dos 2 tx tudo mudou pra muito melhor!
Neste momento estou começando a realizar um sonho de muito tempo: cursar uma faculdade. Isto só foi possivel porque graças a Deus, a doadores e a eficientissima equipe do BOS (especialmente a Dra. Ariane que me operou) eu hoje estou em condições de estudar novamente.
Como minha situação era complicada demais, visto que a córnea do OD estava muito ruim, um cone enorme, a visão após o tx ficou em 90/95%, mas vou fazer uma cirurgia refrativa agora dia 28 pra chegar aos 100%.
Vai ser a laser e estou super calma e confiante que mais uma vez terei sucesso na cirurgia.
Muita gente me procura no meu Orkut e fico muito feliz sempre em responder e fiquem a vontade pra visitar, ver as fotos e fazer perguntas.
Só tenham um pouco de paciência se eu demorar mais de um dia pra responder, pois depois de muitos anos fora da escola estou perdida e sem tempo total.
Continuo no mesmo esquema: quando não sei sobre algo que vocês querem saber pergunto a minha médica. Até nisso ela é maravilhosa!
Bom, agradeço a Like pelo espaço aqui do blog e da comunidade que é demais importante para quem levou o susto de ter que fazer o transplante. Agradeço também os membros da comunidade Transplante de Córnea que sempre foram atenciosissimos comigo.
Espero logo logo realizar um outro sonho que é ter minha CNH. Mas só de voltar a estudar já estou felizzzzz demais!
Beijos a todos e boa sorte pra nós

Com carinho

Adrianne

Adri, fico muito feliz pela tua total recuperação. Teu depoimento, com certeza, dará ânimo a muitos que aqui vem a procura de esperança.
É muito bom quando conseguimos diminuir a ansiedade e dúvidas quem precisa de um transplante, não?

14 abril 2010

Em recuperação...

Tenho alguns emails para responder e sei que o site está um pouco parado.
Isso aconteceu em função de uma cirurgia para retirada da vesícula que fiz e me encontro em recuperação.

Logo estarei de volta!

10 março 2010

Contato com o Dr. Francisco Figueiredo

Tenho recebido inúmeros emails querendo um contato com o dr. Francisco Figueiredo. O que sei dele é o que está na reportagem do JN.
Tenho apenas (conseguido via internet) o telefone da Universidade:
Newcastle University, NE1 7RU, United Kingdom, Telephone: (0191) 222 6000
From outside the UK dial +44 191 222 6000

Encontrei também este contato:

International Office
Marketing and Communications Directorate
Newcastle University
King's Gate
Newcastle upon Tyne
NE1 7RU
United Kingdom

Telephone: +44 (0) 191 222 6856
Fax: +44 (0) 191 222 8667
Enquiries Web Form:
http://www.ncl.ac.uk/forms/enquiries/

If you have any difficulties accessing the above web form please email us at:international.office@ncl.ac.uk


Tentarei saber mais a respeito o mais breve possível.

05 março 2010

Brasileiro desenvolve técnica para curar lesões na córnea

Cientistas de uma universidade inglesa desenvolveram uma técnica para curar lesões na córnea. E o correspondente Marcos Losekann mostra que um brasileiro está no comando da pesquisa.
Um senhor de 75 anos era praticamente cego até seis meses atrás. Não conseguia ler, dirigir, nem sequer podia sair de casa sozinho. Hoje em dia, Roger Gibbons leva uma vida normal.
“Feri meu olho direito com cimento”, conta Roger, que é construtor aposentado. “Passei a forçar a visão do olho esquerdo e também quase o perdi. Graças à medicina, sou um novo homem”.
Do olho menos comprometido, os cientistas retiraram células-tronco. Elas foram espalhadas sobre um pequeno pedaço de membrana aminiótica, um tecido retirado da placenta de mulheres que acabaram de dar à luz.
As células-tronco se desenvolveram, e o novo tecido foi implantado em cima da córnea danificada. E Roger voltou a enxergar. Outras 12 pessoas com problema semelhante também foram operadas e recuperaram a visão.
A técnica desenvolvida num laboratório de oftalmologia da universidade de Newcastle é revolucionária porque elimina totalmente o risco de rejeição, um dos piores problemas que podem ocorrer após o transplante de um órgão. Nesse caso não tem perigo porque os tecidos transplantados são produzidos artificialmente, com células-tronco do próprio paciente.
O chefe da equipe é o doutor Francisco Figueiredo, oftalmologista pernambucano que há 20 anos trabalha na Grã-Bretanha. Ele diz que o Brasil tem condições de aplicar a nova técnica.
“Para você crescer essas células em laboratório, você requer um laboratório especial. Então não necessariamente você vai ter esses laboratórios em todo lugar do Brasil, mas apenas em alguns grandes centros”.
O doutor Figueiredo acaba de receber apoio do Ministério da Saúde britânico para expandir as pesquisas. Outros 25 pacientes poderão ser operados nos próximos meses. Vão voltar a enxergar pelas mãos de um médico formado no Brasil.
“É uma alegria enorme de ter essa oportunidade de passar esse orgulho de ser brasileiro”.

Para ver o vídeo acesse: aqui

09 fevereiro 2010

Procurando o foco

Passado 1 ano do retransplante e com visão sub-normal, resta-me ir a um especialista para saber o que pode ser feito para melhorá-la . Consulta marcada para março.

Hoje, durante o exame percebi que ao colocar a mão como binóculo e fechando o campo visual para o objeto focado, a visão melhorava sensivelmente.


Eu desconfio que meus olhos tem vida própria...

27 janeiro 2010

Respondendo Comentários

Tenho recebido muitos comentários com pedidos que pedem resposta. Por não colocarem o email fico impossibilitada de responder.
O Márcio solicitou uma clínica perto do bairro Moema. Como não sou de São Paulo, quem souber pode deixar no comentário o endereço e nome da Clínica.
Alguns deixam como contato o hotmail. Vale lembrar que é preciso verificar se a minha resposta não foi parar no Lixo Eletrônico, pois sempre que recebo uma solicitação acompanhada de endereço, respondo na mesma hora.
Alguém que não se identificou pergunta se é seguro fazer o Cross Link. O Cross não cura o Ceratocone. Em estágio inicial ele estaciona a doença. É preciso uma avaliação bem feita por um profissional capacitado para avaliar se o Cross é a melhor opção. Só esse profissional pode dar a palavra final. É um procedimento simples que tem dado bons resultados.

08 janeiro 2010

1 ano de retransplante!

Na minha visão? Não houve mudanças significativas. Continuo com baixa visão, visão flutuante, perda da perceção de distância e profundidade...
Na minha vida? Inúmeras mudanças. Posso quase ter perdido o poder de ver com os olhos, mas ganhei o poder total de ver com a alma. A vida ganhou novo sentido. As pessoas tornaram-se muito mais importantes.
Tenho a certeza que neste ano conseguiremos grandes realizações com a APDCOR ( que já está registrada em cartório).
Um novo ano começa, prometendo muito trabalho, esperança e fé na força que temos.

06 janeiro 2010

Córneas de doadores de SP diminuem fila de espera em outros estados do Brasil

Córneas de doadores paulistas estão ajudando brasileiros de outros estados a enxergar melhor. Rio Grande do Norte, Pará, Acre e Maranhão já receberam remessas de São Paulo. O primeiro investimento foi na criação de bancos de olhos. Depois, vieram o treinamento das equipes e o mapeamento dos pacientes para saber quem precisava de cirurgia e onde havia doações.
Nas últimas duas semanas, houve excesso de doações e 54 córneas foram enviadas para outros estados, sendo 11 para o Maranhão.
“Nós temos uma fila muito grande com relação a receptores de córneas. Nós temos 1.057 pacientes aguardando por um transplante”, diz Silvana Oliveira, coordenadora do Hospital Universitário São Luís. Em um dos nove bancos de olhos de São Paulo, há menos de uma década as geladeiras em que as córneas ficam guardadas viviam vazias. A fila de espera tinha mais de 5 mil pessoas, que esperavam dois, três anos por uma cirurgia. Atualmente, entre a indicação médica e o transplante, não demora nem um mês. Este é o tempo de captar e analisar a córnea, escolher o paciente e marcar a cirurgia.
De acordo com Denise de Freitas, chefe de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), quando o paciente é chamado, ele já está com tudo certo. “Então, em menos de uma semana, é possível fazer um transplante aqui, no estado de São Paulo”, diz a médica.
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Precisamos desta estrutura em outros estados brasileiros. Que São Paulo sirva de exemplo!

29 novembro 2009

Um dia nos meus olhos...


28 de novembro

OE= Olho Esquerdo (transplantado)
OD=Olho direito (com Distrofia e na fila do transpalnte)
Leitura de perto ( 2 palmos do monitor)

6:30
Com óculos -OE enxergando melhor que o OD tanto de longe, quanto de perto
Sem óculos - Leitura zero (borrões mais fortes do OE)

9:30
Com óculos -OE não lendo nada. OD lendo para perto
Sem óculos - leitura zero, mas olho transplantado vendo os borrões com maior nitidez que o OD

11:30
Com óculos: lendo embaralhado com o transplantado e lendo melhor com o OD
Sem óculos - não lendo com nenhum, mas transplantado vendo a cor mais forte

13:00
Com óculos - lendo embaralhado com o transplantado e lendo melhor com o OD
Sem óculos - não lendo nada, mas o olho transplantado vê a cor preta, o direito vê a cor preta como sendo cinza fraco

15:30
Com Óculos - lendo com os dois olhos
Sem óculos - não lendo com nenhum, mas vendo mais forte com o transplantado

19:00
Com óculos - lendo com pouco embaçamento do OE e do OD
Sem óculos - OE não lendo, mas vendo a cor mais forte que o direito. OD mal enxergando as manchas (palavras)

24:00
Com óculos só lendo com o OD
Sem óculos : nenhum dos dois

Longe - Com óculos não vejo nada com o OE e muito mal do OD
Com os dois e de óculos consigo forçando ler as legendas numa TV de 29 polegadas numa distância de +ou menos 2 metros


Difícil conviver com essa "disponibilidade" dos meus olhos. Como e quando saber se eles estarão dispostos a trabalhar a meu favor e não contra?

07 novembro 2009

Janela da Alma

Inspirados no programa “Cegos: Lutas e Conquistas”, exibido em outubro de 2008, um grupo de repórteres de Piracicaba (interior de São Paulo), esteve no Banco de Olhos de Sorocaba (SP) para gravar o longo caminho e a inabalável esperança de quem quer voltar a enxergar.
O vídeos foram retirados, pois tornavam lento o blog, mas devem ser assistidos!

Vale a pena assistir até o final.

03 novembro 2009

Apenas achei interessante...

Imagine só: Quando você olha para um objeto vermelho - como um tomate, por exemplo - ele parece vermelho porque os átomos que formam o tomate absorvem todas as cores do espectro luminoso menos o vermelho. O mesmo vale para o verde das plantas. As plantas são verdes porque, no processo de fotossíntese, os átomos das folhas absorvem e utilizam a energia de todas as cores do espectro luminoso, menos a verde.

Ou seja: nós enxergamos as cores que são "rejeitadas" pelos objetos, e não o contrário. O tomate não é vermelho porque absorve luz vermelha. Ele é vermelho porque essa é frequência de cor que ele reflete ("rejeita") e que chega até os nossos olhos. Curioso, não é?

As folhas das plantas, por sua vez, gostam de radiação vermelha, que é bem abundante, e de radiação azul, que é mais energética. A luz verde não é nem muito abundante nem muito energética, então não presta para muita coisa e acaba sendo refletida, ou dispensada. Por isso a Amazônia é verde. Se as plantas tivessem evoluído de maneira diferente, e a estrutura molecular da clorofila fosse um pouco diferente, talvez elas refletissem o vermelho em vez do verde, e a Amazônia teria cor de tomate.

A luz visível que chega do Sol e que ilumina a Terra para nós é sempre a mesma: luz branca. Assim esbarramos em um outro contrassenso ilusório: a luz branca parece ser uma cor "vazia", mas, na verdade, é a mais completa de todas. É a luz que contém todas as cores do espectro luminoso, que você percebe quando ela é espalhada por um arco-íris ou passada através de um prisma.

Cada cor é uma forma de radiação luminosa com uma frequência de onda específica, que varia entre 400 e 700 nanômetros, desde o violeta até o vermelho. As cores dos objetos que enxergamos depende de como os átomos desses objetos interagem com as diferentes frequências (cores) desse espectro luminoso. As frequências que são absorvidas "somem". As que são refletidas são as que chegam aos nossos olhos e que dão cores às coisas.

Um objeto branco, como o laptop no qual estou escrevendo esse artigo, é um objeto que reflete todas as cores e não absorve nenhuma. Já um objeto preto é aquele que absorve todas as cores e não reflete nenhuma. É por isso que uma camiseta branca resfria e uma camiseta preta esquenta quando você está no sol. A preta absorve todo o espectro luminoso e esquenta o seu corpo, que está por baixo dela. A branca reflete todo o espectro luminoso e ilumina quem estiver a sua volta.

Com tudo isso em vista, há inúmeras variáveis que podem alterar esse cenário. Se nossa estrela amarela, o Sol, fosse mais fria ou mais quente, a composição de sua luz seria diferente (mais avermelhada ou mais azulada, respectivamente). Se as células de nossa córnea tivessem evoluído de maneira diferente, talvez enxergássemos cores diferentes (como já abordei em um artigo anterior). Se a composição de nossa atmosfera fosse diferente, ela talvez filtrasse a luz de maneira diferente e as cores refletidas na superfície seriam diferentes também.

É mais ou menos o que ocorre no fundo do mar. Quem tem o prazer de mergulhar, como eu, sabe que as cores "desaparecem" a medida que você afunda. A água filtra gradativamente as componentes da luz branca do Sol: primeiro o vermelho, depois o laranja, depois o amarelo, até que, abaixo dos 25 metros, só sobra o azul. Consequentemente, abaixo dessa profundidade, pode ter um coral vermelho-sangue na sua cara que você não vai ver vermelho nenhum (porque não há luz vermelha para ele refletir). Por isso é sempre legal levar uma boa lanterna presa no colete, mesmo num mergulho diurno. Você liga a luz num paredão revestido de corais e esponjas e ... voilá! ... de repente uma paisagem monocromática se transforma numa explosão de cores.

Pense nisso a próxima vez que olhar para um tomate, uma floresta tropical ou um recife de corais.
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(Pintando o mundo de luz - Reportagem do Estadão - Herton Escobar)

26 outubro 2009

Meu olho

Fazia um tempo que não fotografava meu olho. Faltando pouco para completar 10 meses de retransplante e ainda com 9 pontos, meu olho está assim:

Ampliando a foto, percebe-se a diferença das córneas.
Não sei se por causa da baixa visão ou se é porque não se percebe realmente, não noto mais os pontos que ainda estão no olho.

23 outubro 2009

Mais de 60% das famílias recusam-se a doar órgãos

Uma triste realizade: o maior desafio para o aumento do número de transplantes na Bahia é a recusa das famílias em doar os órgãos das vítimas de morte encefálica .
Neste ano, em Feira de Santana, 100% das famílias entrevistadas não aceitaram doar os órgãos de seus familiares com diagnóstico de morte encefálica. Em Barreiras 80% recusaram e em Salvador, 60% disseram não.
De acordo com as estatísticas do Sistema Nacional de Transplantes, a Bahia está em 10° lugar em número de transplantes no País. Atrás de outros estados nordestinos como Pernambuco e Ceará, que estão em 4° e 7° lugares, respectivamente, no ranking nacional.
O primeiro é o Estado de São Paulo, com 3.902 transplantes realizados neste ano. A Bahia realizou 131.
Leia a reportagem da A Tarde completa aqui.
.Infelizmente, é essa realidade que vamos encontrar com a APDCOR (Associação dos Portadores de Doenças da Córnea) - Bahia.
Uma grande batalha que esperamos vitoriosa.

20 outubro 2009

Fila para transplante de córnea é quase zero

O tempo de espera para realização de transplante de córnea no Estado de São Paulo despencou 90,2% nos últimos dois anos. É o que aponta levantamento realizado pela Secretaria da Saúde, com base nos dados da Central Estadual de Transplantes, divulgado na semana passada.

As pessoas transplantadas em agosto deste ano aguardaram, em média, 20 dias para fazer a cirurgia. No mesmo período de 2007, o tempo foi de 204 dias (ou quase sete meses). Já os transplantados em agosto de 2008 aguardaram, em média, 123 dias para realizar a operação.
Ainda quando era ministro da Saúde do então presidente Fernando Henrique Cardoso, José Serra ampliou os recursos para a área de transplantes no País. Agora, o governador está expandindo o setor em São Paulo. Entre 1997 e 2001, dobrou o número de transplantes por ano no Estado e o Brasil passou a ser o segundo país do mundo em transplantes.
O tempo varia conforme a região do Estado onde o paciente está inscrito. Na capital, região metropolitana e litoral, os transplantados em agosto deste ano aguardaram em média 12 dias para fazer a cirurgia. Na região de Campinas e Sorocaba, 9 dias. Já na área de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto foram 21 dias de espera, enquanto na região de Marília e Botucatu a espera foi de 40 dias.
Há dois anos, a fila era de 5,2 meses na capital, Grande São Paulo e litoral. O tempo de espera era de 3,3 meses na região de Sorocaba e Campinas; 1,3 mês na área de Ribeirão Preto e Rio Preto e de 11,3 meses nas regiões de Marília e Botucatu.
"Esse resultado é fruto do esforço dos Bancos de Olhos em aprimorar a captação de córneas em todo o Estado. Atualmente o número de pacientes inscritos na lista de espera é praticamente igual ao total de córneas captadas e distribuídas para transplante. Regra geral, não há mais fila", afirma Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes da Secretaria.
De janeiro a agosto deste ano foram realizados 3.995 transplantes de córnea no Estado, contra 4.125 no mesmo período do ano passado. O número é menor porque o total de pessoas que aguardam por um transplante vem diminuindo progressivamente. Atualmente a fila de pacientes ativos (aqueles considerados aptos a realizar a cirurgia) é de apenas 39 pessoas.

(Redação - Agência IN)

Não seria maravilhoso se em todo país fosse assim?

29 setembro 2009

Visão de recém-nascido (e isso não é uma boa notícia)

Procurando sobre a minha acuidade visual a pouco no Google, encontrei essa entrevista do Dr. Dráuzio Varella com a Coordenadora da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.
Nesta entrevista, duas respostas me chamaram a atenção:
1ª - É importante lembrar que a criança não nasce com a visão desenvolvida. Pode-se dizer que o recém-nascido enxerga trinta vezes menos do que o adulto com visão normal. Embora nasça com o olho totalmente formado, a função visual só se completa no fim da primeira década de vida, entre os oito e os dez anos. No entanto, o primeiro ano é de primordial importância para o bom desenvolvimento da visão.
2ª - Quem não tem nenhum problema de visão enxerga um valor de 20/20 (vinte sobre vinte) numa escala de fração que mede a acuidade visual. Ao nascer, a criança enxerga um valor 20/600, ou seja, trinta vezes menos. Portanto, ela vê vultos. A visão das cores e a sensibilidade ao contraste não estão totalmente desenvolvidas. Para ela, é mais fácil fixar um objeto de alto contraste, preto e branco, por exemplo, e interessar-se mais pelas bordas do que pelo conteúdo do objeto. À medida que a função visual vai se desenvolvendo, a criança passa a interessar-se por objetos de baixo contraste, por seu conteúdo, e consegue definir melhor as cores.
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Isso porque hoje, o dr. Jorge, durante nossa conversa sobre um outro caso, citou exatamente a visão do recém-nascido.
Ao medir a minha acuidade visual sem correção do OE (transplantado), viu-se que estou com 20/600. Visão de bebê com 1 mês. Me senti parte do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button".
Não há muita esperança que melhore. Já sabíamos, eu e o meu médico, que o segundo transplante seria uma tentativa de consertar a visão.
Se o DSAEK deixou sequelas é difícil afirmar. Se tivesse feito o transplante penetrante ao invés do lamelar estaria diferente agora?
Não sei.
O importante é que isso não me afeta mais como me afetaria dois anos atrás.
O aprendizado não terminou...

28 setembro 2009

Reportagem no Diário do Grande ABC
















Reportagem de hoje no Diário do Grande ABC, com a história da Estela Pegoraro (depoimento no blog) e a minha história.


CLIQUE NA FIGURA PARA AUMENTAR

27 setembro 2009

Hoje, dia 27 de setembro, é o Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos

Quando fazes uma boa ação, como te sentes? Feliz? Em paz?
E se pudesses ir além? Salvar a vida de pessoas?
Tua felicidade seria maior ainda, não?
Então não perca essa chance! Seja um doador de órgãos e tecidos!
É tão fácil! Basta avisar teus familiares em vida.
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Que os meus doadores permaneçam na luz!
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Mais informações sobre como ser um doador: http://www.abto.org.br/estendaamao/files/0_abto_casada_alta.pdf

25 setembro 2009

Lasik sem dobras e sem estrias

O oftalmologista Canrobert Oliveira, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), apresentou no dia 28 de agosto, no 35º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, o Soprador Térmico de Córnea. Trata-se de equipamento que o médico vem desenvolvendo e aprimorando, desde 1995, para evitar e corrigir a formação de dobras e estrias que podem ocorrer durante a cirurgia de correção de grau por Lasik.

Mais de 10 anos de observação, análise e estudos científicos para evitar e corrigir a formação de dobras e estrias, que podem ocorrer na córnea durante a cirurgia de correção de grau por Lasik, resultaram em uma caixinha metálica com a capacidade de deixar lisa a superfície do olho onde houve a intervenção. "A córnea parece uma pele de jaboticaba de tão lisa", comemora o criador do Soprador Térmico de Córnea, o oftalmologista Canrobert Oliveira, relacionando a fruta brasileira à invenção nacional que traz benefícios a todas as pessoas que querem se ver livres dos óculos por correção cirúrgica.

Canrobert Oliveira, que é diretor do departamento de cirurgia refrativa do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), vai apresentar sua criação hoje, durante o 35º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que acontece em Belo Horizonte (MG) no Expominas.

Contribuição - Desde 1995, o oftalmologista brasiliense, que já realizou mais de 60 mil cirurgias refrativas, vem estruturando o Soprador Térmico de Córnea. Esta não é a primeira colaboração de Canrobert à evolução da oftalmologia. A partir da observação do processo cirúrgico criou, nos anos 90, o C-Procedure, atualmente adotado por cirurgiões de vários países para tratamento de astigmatismos altos e irregulares.

Reação - De acordo com Canrobert, o colágeno, tecido que compõe a córnea, tem propriedades físico-químicas que reagem favoravelmente ao Soprador Térmico. Depois de dois anos de utilização, ele diz que os resultados da aplicação do procedimento estão consolidados e aprovados inclusive pelos pacientes.
"O Soprador promove a contração das fibras de colágeno do disco corneano na cirurgia de Lasik para correção de grau, impedindo a formação de estrias e corrigindo aqueles casos que, no passado, já mostraram dobras e estrias", explica Canrobert. O médico relata que estrias ocorrem involuntariamente durante a cirurgia e o Soprador Térmico interfere no processo e as elimina. Já as dobras, muitas vezes, aparecem em consequência de traumas como coçar e apertar o olho operado, apesar das advertências feitas aos pacientes após a correção.
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22 agosto 2009

Depoimento de Alessandra Andrioli

Tenho ceratocone desde 12 anos. Só lembro que não enxergava muito bem, mas só fui fazer exame nesta idade (1982), desde então fui vivendo com lentes rígidas, ora estava bem, ora ulcerava, enfim, esse drama que todos nós já sabemos.
Em 89 eu fiquei grávida e após alguns meses a lente do olho esquerdo, que era o mais afetado, começou a "pular" do meu olho, não parava mais. Usava então apenas a lente direita, sem elas a minha visão era nula. Já no fim da gestação eu não conseguia mais ficar o dia inteiro com ela e após o parto eu não consegui mais me adaptar. Fui encaminhada para o transplante.
Demorei 2 anos para ter coragem de fazer, hoje sei que fui boba, o transplante foi a melhor coisa que poderia ter feito. Tudo bem, eu tenho que usar óculos, mas são óculos "normais.Sou transplantada de AO, o primeiro fiz em 94, o outro em 03 e sinceramente, apesar do médico dizer que não haveria problema, não tive coragem de engravidar novamente.
Independente da minha experiência sabemos que cada experiência é única e o meu desejo é que corra tudo bem com todos que precisam de um transplante. Saibam que sempre existe uma saída. Não existe motivo para sofrer por antecipação.
Ao escrever fui remetida a um passado doloroso, que por um tempo quis esquecer, mas que agora me faz bem relembrar, pois me mostra o quanto posso ser forte diante das adversidades.Quando tive esse diagnóstico, na década de 80, era só transplante mesmo, não tinha nenhum outro recurso, não que eu saiba.
O primeiro médico que me atendeu, com a sutileza de um "elefante na loja de cristais", disse-me que não haviam garantias, que eu poderia ficar boa ou muito pior do que estava. Lembro-me que senti uma dor tão profunda, senti-me injustiçada, por Deus, pela vida... na minha cabeça era assim: eu só tenho 13 anos e já estou condenada a cegueira, e os meus sonhos e planos???
Parei de estudar, pois foi muito difícil a adaptação das lentes e eu não consegui conciliar as duas tarefas e por uma série de fatores eu comecei a me desvalorizar, perdi a auto estima.
Demorou muito até que eu tivesse coragem para aceitar, que tinha uma doença irreversível, uma deficiência e que necessitava do transplante, e que isso não me tornava inferior a ninguém.No meu caso o transplante foi bem sucedido. Não dá para explicar a alegria que senti quando tirei o tampão no dia seguinte a cirurgia, era um dia ensolarado, e o primeiro pensamento que veio a minha mente foi: o mundo está mais colorido!
Existem riscos, mas existem também muitos recursos, ter que fazer o transplante não é o fim da linha, é o começo de uma nova história, onde temos a oportunidade de conhecer os nossos recursos internos, de força e superação.
Busque todas as possibilidades.
E o mais importante não esmoreça, você vai conseguir, não tenha medo, ou melhor, enfrente-os, os meus medos me fizeram sofrer muito mais do que a situação real.
Um forte abraço a todos.
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Alessandra, só tenho a agradecer por ter permitido postar teu depoimento tão cheio de otimismo e esperança. Tua experiência serve de apoio a tantas mulheres que tem Ceratocone e passam por uma gravidez. Obrigada