26 setembro 2008

País usa 10% dos órgãos que podem ser transplantados

O diretor de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame, afirmou que apenas 10% dos órgãos que poderiam ser transplantados são aproveitados no País. De acordo com Beltrame, os dois principais fatores que dificultam a captação de órgãos são a subnotificação de mortes encefálicas e a negativa das famílias em autorizar retirada dos órgãos do possível doador.
Ele participou em Brasília do lançamento de um pacote de medidas para ampliar a doação de órgãos e melhorar a gestão do sistema brasileiro de transplantes e da Campanha de Doação de Órgãos 2008. Segundo o diretor, 50% dos pacientes com morte encefálica são notificados nos hospitais brasileiros, gerando a possibilidade de consultar à família sobre a doação. Nessa metade dos casos, em que a abordagem é realizada, 20% dos familiares concordam com o transplante.
O diretor afirmou que as medidas e a campanha lançadas hoje visam a mudar esse quadro e como exemplo apontou a criação da bonificação de 100% na remuneração de procedimentos realizados pelas equipes hospitalares de captação de órgãos que resultarem efetivamente em transplante.
"Queremos estimular os hospitais a estruturar e qualificar o seu serviço de captação de órgãos. O processo de abordagem é difícil, requer treinamento e preparo, tendo em vista que se dá em um momento de dor das famílias. Da adequação desse procedimento, depende a possibilidade ou não de realizar o transplante" disse Beltrame. Ele lembrou que a lei determina que todos os hospitais credenciados pelo SUS com mais de 80 leitos tenham uma comissão de doação de órgãos.
Outra medida que entra em vigor e que, segundo Beltrame, pode contribuir para ampliar a captação de órgãos é a autorização e custeio pelo SUS para que os cerca de mil hospitais particulares que não têm convênio com o sistema passem a fazer a retirada de órgãos para doação. Até agora, quando ocorria uma morte encefálica em um desses estabelecimentos, o paciente tinha de ser removido para um hospital credenciado pelo SUS para que lá fosse realizada a retirada dos órgãos.
No primeiro semestre de 2008, as doações de órgãos cresceram 6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o número de transplantes passou de 7 mil para 8,3 mil procedimentos, aumentando 15,68% no período. Segundo o Ministério da Saúde, o aumento maior no número de transplantes do que nas doações aponta um avanço no aproveitamento dos órgãos.
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Agência Brasil - 25/09/2008

18 setembro 2008

Depoimento de Denise Plens

Fiz meu transplante no olho direito no dia 07/01/08. Não quis anestesia geral e pedi para a médica a anestesia local com sedação e ela aceitou. Tomei a sedação e acordei uns 20 minutos de cirurgia, não deu para ver nada, pois meu outro olho estava com um pano em cima cobrindo.
Acompanhei o restante acordada e foram mais 40 minutos de cirurgia. Fiquei com o tampão até o dia seguinte. Passei a noite em claro por causa da dor, mesmo tomando remédio e quando estava chegando perto de tomar o outro eu até adiantava de tanta dor.
No outro dia tirei o tampão e a médica colocou uma lente para ajudar na cicatrização, só que eu achei que tinha algo estranho, pois eu não conseguia sequer ficar com o olho aberto, doía e lacrimejava muito.
Fui para casa para retornar dentro de uma semana. Ao retornar, ela disse que minha córnea doada estava totalmente sem epitélio e meu olho teria que refazer esse epitélio.Apos duas semanas, já preocupada, voltei e ela disse que ainda permanecia uma parte sem cicatrização, e o normal era cicatrizar em uma semana ou até antes. Eu teria que fazer um recobrimento conjuntival, ou seja, colocar uma membrana de placenta para ajudar na cicatrização. Fazendo isso ela veria se meu olho reagiu ou teria que fazer um novo transplante. Fiquei muito triste e voltei para casa. Dois dias depois, fiz só com anestesia local, ela aplicou duas injeções no meu olho e eu senti tudo, um sofrimento danado, e assisti também o procedimento todo. Durou uns 20 minutos.
Como era rápido ela não quis dar sedação e o que doeu muito foram as injeções no olho (anestesia local). Foi difícil também, passei a noite em claro com dor na face e no olho. Voltei depois de uma semana e ela disse que reagiu um pouco, cicatrizou mais não tudo e que eu teria que esperar mais uma semana. Voltei depois de uma semana e para minha tristeza não adiantou o procedimento. Tinha 80% de chance de dar certo, mas para mim não deu e eu teria que fazer um outro transplante. Motivo: falência primária da córnea.
Realizei meu segundo transplante no dia 18/02/08, só que dessa vez a médica fez com anestesia geral. Dessa vez, graças a Deus, deu tudo certo, foi totalmente diferente do outro transplante até na parte das dores. Não estou usando mais óculos, minha médica disse que está tudo bem, que está ótimo meu transplante, totalmente cicatrizado.
Comecei tirar os pontos em junho. Depois de todo sofrimento é só esperar para tirar os pontos e entrar na fila para fazer do olho esquerdo. Depois de tudo que passei e com a força de Deus, não tenho mais medo do transplante e digo para todos que a dor é só no primeiro dia, depois parece que você nem operou, é só fazer o tratamento certinho, pingando os colírios, que dá tudo certo.
Estou confiante e resolvi dar esse depoimento para ajudar todos que terão que passar por esse procedimento.
O importante é ser forte! Graças a Deus, estou muito feliz e desejo sorte para todos que estão nesta luta.
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Denise, essa força que buscamos e que nos faz ir em frente é o que nos torna capazes de encarar tudo novamente.
Boa sorte sempre!

14 setembro 2008

Depoimento de Tayana Márcia

Há exatamente um ano, descobri que era portadora de ceratocone nos dois olhos, sendo que no olho direito já estava com aproximadamente 14 graus de astigmatismo e a córnea totalmente danificada.
Sou extremamente alérgica, portanto não posso usar as lentes rígidas. Fui então encaminhada para o transplante.
Dia 02/05/2008, realizei o Tx. Nesta data, eu já estava com cerca de 17/18 graus de astigmatismo.
No dia seguinte da cirurgia, pude abrir meus olhos e enxergar aquelas letrinhas pequenas no exame... e isso me mostrou que nada é impssível. Talvez eu tenha passado por isso para crescer, aprender, e, principalmnente, ver que somos capaz de superar nosso medos, sim. Basta acreditar que tudo vai dar certo, ter fé.
Hoje, um ano depois de descobrir o problema, já 4 meses e meio depois da cirurgia, ainda enfrento problemas sérios, a alergia me atarapalha muito, tive começo de rejeição, tenho que tomar corticóide (o que causa diversos problemas), fora a dolorosa retirada dos pontos que inflamam direto por causa da alergia... Porém, nada disso ofusca a felicidade de, mesmo ainda com cerca de 4 graus, poder enxergar, poder ler um pouco mais, poder ter a vida um pouco normal.
Ainda falta um transplante, que só poderá ser ralizado no meio do ano que vem devido ao grande risco de rejeição do olho já operado. Mas nada mais me assusta: se tiver que fazer mais 10 transplantes, os farei com muita coragem e muita convicção de que, no final, vai dar tudo certo.
Não se desesperar é o melhor caminho, e, principalmente, poder contar com a família e com os amigos.
Só tenho a agradecer às pessoas que fizeram parte dessa história de alguma forma, me deram força, cuidaram de mim e me aguentaram (na verdade ainda aguentam) quando algo dá errado e eu acabo me irritando com todo mundo.
No fundo, sou e serei eternamente grata pela força que recebi, principalmente dos meus pais e da minha irmã, que em momento nenhum me deixaram desanimar e desistir...
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Tay, pessoas fortes, que encaram, mesmo com medo, os desafios, que acreditam que vai dar certo... pessoas assim, assim como tu, operam milagres em si e nos outros.
Parabéns pela força e pelas conquistas.

10 setembro 2008

Jornal Ponto de Vista

O Instituto de Olhos Freitas, em Salvador, edita o Jornal Ponto de Vista. É uma forma de manter seus pacientes atualizados sobre os avanços na Oftalmologia.
No link abaixo, vocês encontrarão um artigo sobre Ceratocone e Transplante de Córnea:
http://www.olhosfreitas.com.br/jornal/0009.swf
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Para folhear o jornal é só clicar nas abas inferiores e arrastá-las como se realmente estivessem folheando o jornal.

04 setembro 2008

São Paulo elimina fila para transplante de córnea

A fila de espera para transplante de córnea na capital paulista, Grande São Paulo e litoral do Estado de São Paulo acabou. Segundo levantamento da Secretaria de Estado da Saúde, esta é a primeira vez na história que isso acontece. De acordo com a Secretaria, a Central de Transplantes registrava hoje apenas três pessoas na lista de pacientes ativos (considerados aptos a realizar um transplante) da capital, região metropolitana e litoral. Ontem, o número chegou a zero, um marco inédito.Em agosto, o número de inscrições de pacientes praticamente empatou com o total de cirurgias realizadas. Foram 6,3 inscrições diárias, em média, contra 6 transplantes nessas três regiões.
A capital paulista, Grande São Paulo e litoral são responsáveis por cerca de 50% das córneas captadas em todo o Estado.Entre os transplantados em agosto, nessas três regiões, o tempo médio de espera foi de 1,6 mês, e 54,7% fizeram a cirurgia com menos de 30 dias de inscrição na lista da Secretaria. Há um ano a espera era de 5,2 meses. Em agosto de 2002 o tempo para transplante de córnea na capital ultrapassava dois anos.
De janeiro a agosto foram realizados 1.490 transplantes de córneas na capital, Grande São Paulo e litoral, 79% a mais do que os 832 registrados mesmo período do ano passado. Em todo o Estado o número de transplantes este ano chega a 4.048, contra 3.185 de janeiro a agosto de 2007. Se o mesmo ritmo for mantido São Paulo deverá chegar ao final do ano com recorde histórico em transplantes de córneas.
O aumento da captação de córneas no Estado começou a ocorrer em 2005, graças a uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Banco de Olhos de Sorocaba, considerado o mais capacitado do País, que passou a captar o tecido em hospitais da capital e região metropolitana, reforçando o trabalho das Organizações de Procura de Córneas (OPC) que já atuavam nessa região.
A TardeOnline - 02/09/2009
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Se pudéssemos ler essa notícia sobre os outros Bancos de Olhos no restante do Brasil... Alguns ainda funcionam precariamente, levando até mais de 5 anos para que o paciente seja chamado.
Precisamos urgentemente de Campanhas que concientizem a população.