14 junho 2013

Cientistas britânicos descobrem nova camada da córnea humana

Cientistas da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, descobriram uma nova camada da córnea humana. A descoberta pode ajudar cirurgiões a melhorar drasticamente os resultados para os pacientes submetidos a transplantes de córnea.
A nova camada foi apelidada de Camada do Dua em homenagem ao professor Harminder Dua que a descobriu.
“Depois de identificar essa camada nova e distinta profunda no tecido da córnea, nós podemos agora aproveitar sua presença para tornar as operações mais seguras e mais simples para os pacientes. Do ponto de vista clínico, há diversas doenças que afetam a parte de trás da córnea”, afirma Duo.
A córnea humana é a lente de proteção transparente na parte frontal do olho através da qual a luz entra no olho. Os cientistas acreditavam anteriormente que a córnea é constituída por cinco camadas, da frente para trás, o epitélio da córnea, a camada de Bowman, o estroma corneano, membrana de Descemet e o endotélio da córnea.
A nova camada que foi descoberta está localizada na parte de trás da córnea entre o estroma corneano e a membrana de Descemet. Embora tenha apenas 15 mícrons de espessura, toda a córnea tem cerca de 550 mícrons de espessura ou 0,5 milímetros, a camada é extremamente resistente e forte para ser capaz de suportar pressão.
Os cientistas provaram a existência da camada simulando transplantes e enxertos da córnea humana em olhos doados para fins de pesquisa.
Durante esta cirurgia, pequenas bolhas de ar foram injetadas na córnea suavemente para separar as diferentes camadas. Os cientistas então submeteram as camadas separadas à microscopia eletrônica, permitindo-lhes estudá-las em milhares de vezes o seu tamanho real.
Compreender as propriedades e localização da nova camada de Dua poderia ajudar os cirurgiões a identificar melhor onde na córnea essas bolhas estão ocorrendo e realizar medidas adequadas durante a operação. Se eles forem capazes de injetar uma bolha ao lado da camada de Dua, sua resistência significa que ela é menos propensa a rasgar, o que significa um melhor resultado para o paciente.
“A descoberta terá um impacto sobre o avanço da compreensão de uma série de doenças da córnea”, concluem os pesquisadores.

03 janeiro 2013

Depoimento de João Nelson Ribeiro

O ano de 2012, foi relativamente bem pra mim. Como todo ser humano, tive vitórias e derrotas, o que é perfeitamente normal. Mas, sem sombra de dúvidas tive mais vitórias. 
Logo no segundo mês do ano fiz algo que jamais tinha feito em toda a minha vida: UMA CIRURGIA. E nao foi qualquer cirurgia, e sim um TRANSPLANTE DE CÓRNEA. 
Transplante esse requerido para acabar com o mal chamado de CERATOCONE. Pra se conseguir essa cirurgia, mesmo sendo pelo SUS, tive que vencer muitas barreiras. Ao longo de mais de dois anos permaneci na fila de transplante da Região PE/BA. Sorocaba, importante cidade do interior de São Paulo é referência na América do Sul nesse tipo de procedimento. Já havia ido àquela cidade em Junho de 2011 para fazer uma avaliação de transplante, mas naquela oportunidade, mesmo estando na fila da Região do São Francisco (PE/BA), o médico de Sorocaba não indicou o procedimento. Pediu pra eu retornar com mais ou menos 6 meses. 
Voltei em Janeiro/2012 e GRAÇAS A DEUS fui indicado pra realizar o tx (transplante). Para minha surpresa, 03 dias após a indicação, a equipe do BOS (Banco de Olhos de Sorocaba) me ligou informando que o tão esperado transplante de córnea seria em 08/02/2012. 
Como o meu município não fornece esse tipo de tratamento e o mesmo se recusou a arcar os gastos das viagens a Sorocaba, tive que ajuizar um mandado de segurança para que a justiça ordenasse o município a pagar as despesas. Dois dias após, saiu a tão sonhada liminar que me garantia ir a Sorocaba. E assim foi. 
Viajei, fiz a cirurgia, fiquei 14 dias naquela cidade acompanhado de meu grande amigo Moacir (não era qualquer um que abriria mão de sua vida para acompanhar alguém por tanto tempo). SOU ETERNAMENTE GRATO A ELE. 
Em Março voltei pra revisão. Já em Abril, o município derrubou minha liminar e não fui mais a Sorocaba. 
Corri um risco grande: POR CERCA DE TRÊS MESES SEM IR A QUALQUER OFTALMOLOGISTA, usei por conta própria a medicação que o médico de Sorocaba tinha prescrito, e nas mesmas dosagens. Não me restou alternativa a não ser procurar um oftalmo particular.
Assim estou fazendo. Ganho pouco, mas parte desse pouco é dedicada aos gastos com passagens, consultas, colírios, exames, alimentação e também lente de contato. Estou próximo de completar 11 meses de tx. Não tenho mais pontos, a visão melhorou um pouco, comparada a antes do tx. 
Agradeço primeiramente a Deus por ter dado tudo certo, a Adrianne Lima que passou um dia inteiro no BOS resolvendo coisas minhas, agradeço a meus familiares, amigos, ao advogado que nada cobrou pelo MANDADO DE SEGURANÇA, à Justiça, ao grupo Transplantados de Córnea, que é a casa de todo mundo que tem problemas de visão, especialmente, de córnea.