31 maio 2009

E dizem que o tempo não para...

Um tempo sem escrever e pouca coisa mudou. Visão embaçada. Nenhum ponto tirado. Córnea ainda não totalmente cicatrizada. Ceratite indo e voltando...
Os canais lacrimais do olho transplantado abriram. 2 semanas depois serem fechados.
Olho muito seco novamente. Em junho devo fazer o transplante de conjuntiva. Espero que funcione.
Tem alguns dias que meu olho está incomodando. Primeiro era uma coceira, mais a noite e parecia ser na pálpebra.

Desde ontem o olho está um pouco irritado, Ardendo bastante. Liguei para a dra. Tania. Suspendi o Acetilcisteína e voltei a pingar o Pred Fort pelo menos até terça-feira, quando irei na Clínica. Descobri também tirando fotos dos olhos ter um estrabismo vertical (que ainda não sei qual o motivo).

Uma descoberta boa: vivo testando meus olhos. tapo um olho, tapo o outro e procuro avaliar se a visão está melhor, igual ou pior.
Sexta-feira, numa destas tentativas, peguei uma lupa que tenho (aumenta seis vezes) e tentei ler de longe com ela. Com o óculos ficou meio embaçado. Tirei o óculos (que de qualquer forma não adianta de nada para o olho transplantado) e, com a lupa, tentei ler as legendas na TV. A distância entre a TV e o sofá deve ser de mais ou menos 2 metros.

Surpresa! Li perfeitamente tudo! As imagens deixaram de ficar embaçadas!

Fui ontem para o shopping com a minha filha e com a lupa. O bom é que quando se chega na minha idade não se tem vergonha de "pagar mico".
Andei pelo shopping bem feliz com minha nova amiga Lupa.

A vida não é uma delícia apesar de tudo?

21 maio 2009

Cegueira por doença na córnea é reversível

O uso de tecnologia avançada aplicada à oftalmologia consegue evitar a progressão de doenças da córnea e devolver a visão a muitos pacientes.
A córnea é um tecido localizado na frente do olho (de forma grosseira, podemos compará-la ao vidro de um relógio), sendo um dos fatores responsáveis pela boa visão. Doenças da córnea podem afetar a capacidade visual das pessoas, levando até mesmo à cegueira. Graças ao desenvolvimento da oftalmologia, hoje podemos intervir na evolução da maioria das doenças, proporcionando boa visão a muitos pacientes.

LENTES DE CONTATO ESPECIAIS

Em diversas doenças ocorre baixa de visão por comprometimento da forma da córnea. Modificada por doença genética - como o ceratocone - ou por cicatrizes causadas por acidentes ou infecções, a córnea deformada ocasiona um borramento visual que não pode ser corrigido nem com uso de óculos, nem com lentes de contato gelatinosas. O uso de lentes especiais, como a Sopper modificada, contribui para uma importante melhora na qualidade de vida dos pacientes com ceratocone. Estas lentes são feitas especificamente para córneas muito irregulares e obtém-se, com a sua adaptação, conforto e qualidade visual para as atividades diárias, o que antes não se alcançava com o uso de lentes normais. A disponibilização dessas lentes proporciona melhor visão por um tempo mais longo, ostergando ou até mesmo evitando a indicação do transplante de córnea.

TRANSPLANTE DE CÓRNEA

O transplante é indicado nos casos em que a redução significativa da transparência da córnea é impossível de ser corrigida por outros meios, e em casos graves de ceratocone (que não podem ser neutralizados com uso de óculos ou lentes de contato). Como normalmente a córnea não apresenta vasos sanguíneos, este tipo de transplante têm baixo índice de rejeição, apresentando ótimos resultados. Na maioria dos casos, os pacientes não são submetidos a um processo de imunossupressão sistêmica como ocorre com os transplantes de outros órgãos e tecidos.

TRANSPLANTES LAMELARES

As doenças da córnea podem atingir diferentes camadas. O avanço das técnicas de transplante possibilita, atualmente, o tratamento seletivo apenas da camada da córnea que apresenta alteração. Ou seja: se há deformação da parte anterior (lamela anterior) substitui-se somente esta parte. Já quando a doença localiza-se no endotélio (lamela posterior) - como na Distrofia de Fuchs - substitui-se apenas esta camada. A preservação da parte normal da córnea favorece o resultado visual e a segurança do procedimento. Mas nem todos podem ser submetidos a essa técnica. Somente uma análise criteriosa poderá avaliar a melhor técnica para cada caso.

CROSSLINK DA CÓRNEA

Uma novidade no tratamento de doenças da córnea é o crosslink. Esta técnica visa fortalecer a córnea com o objetivo de impedir sua deformação. Ao primeiro sinal de alteração da forma, a terapia deve ser empregada. Muitos pacientes com ceratocone, que antes não dispunham de nenhuma alternativa para previnir a evolução da doença, podem ser beneficiados com esta técnica.
O avanço da oftalmologia, especialmente no tratamento de doenças da córnea, proporciona à maioria dos pacientes, uma reabilitação visual rápida e segura. Ainda que a prevenção de traumas ou infecções da córnea seja fundamental para manter os olhos de nossa população saudáveis, a tecnologia disponível já consegue alcançar resultados visuais excepcionais, devolvendo mais qualidade de vida às pessoas. Portanto, não descuide da saúde dos seus olhos, visitando regularmente o seu oftalmologista.

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Revista Veja - Maio/2009 - Dr. Jorge Paulo Oliveira

17 maio 2009

O que precisa-se saber sobre o Crosslink?

Atualmente a moda para quem tem Ceratocone é o Crosslink. Uma técnica nova e sem ainda uma estatística oficial.
Como já se disse várias vezes, o Crosslink não estaciona o Ceratocone. Ele enrijece a córnea, retardando a sua progressão, por isso sua indicação para quem está na fase inicial e em jovens, já que neles o transplante pode apresentar uma porcentagem maior de rejeição e, provavelmente, precisarão passar por outro depois de 20/30 anos.

Só que os oftalmologistas estão aplicando a técnica para todos os graus da doença, como se o CXL fosse a solução para tudo, mesmo porque o procedimento é particular e cada médico cobra o que acha correto.

É claro que enquanto se puder retardar o transplante, todas as técnicas são válidas, seja lente, anel, crosslink, mesmo porque nem todos que tem a doença precisarão de transplante.

De cada 100 jovens, apenas 40 terão uma evolução grave no Ceratocone. Os outros 60 farão a técnica e nem precisariam fazê-la... mas como não se sabe quem faz parte dos 60, a solução é prevenir.
Só não se pode achar que com isso se está curado. Às vezes é necessário o uso do CXL em conjunto com o implante de anéis intracorneanos e até mesmo com lentes rígidas. Resultados a longo prazo e novos estudos, são necessários, para avaliar a duração do efeito de endurecimento na córnea.
O Hospital de Olhos de Sorocaba faz o Crosslink pelo SUS (e também particular).
Para fazer pelo SUS é necessário seguir todo protocolo. Cadastrar-se para uma avaliação (a mesma que avalia a necessidade de um transplante). Seguir todos os procedimentos e o médico dirá da possibilidade ou não de se realizar o Cross.

12 maio 2009

Hoje, ao completar 55 anos...

Não quero falar de perdas... viajantes que partiram em algum momento da jornada. Deixaram saudade e junto com ela um pedaço de suas almas dentro da minha alma.
Quero falar de pontos luminosos que transformaram em luz, cada pedra ultrapassada.
Hoje não quero falar de mágoas. Do que me fez chorar, do que me fez ter raiva, do que me fez crer no nada.
Quero falar da esperança, do sorriso que encanta, da palavra que acalanta, das infinitas formas de amar
Porque hoje eu sei que viver é doar
Porque hoje eu sei que enxergar vai além dos olhos, vai além do coração.
E agradeço em oração a quem habita em mim e me faz sentir-me assim: feliz.
Porque por um triz
eu fui treva
fui espinho
eu fui dor,
revolto mar..
E agora
sou o vento
sou alento
arco - íris
sol
luar.
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Ao meu doador a promessa de fazer valer a graça alcançada.
Obrigada!

08 maio 2009

Sorrindo, sempre! [Quatro meses de transplante]

Descobri, nesses 4 meses transplantada, que não me importo com o resultado do transplante. Recebo cada novo desafio como se fosse parte de um processo pessoal de amadurecimento.
Não existe crescimento sem pontes difíceis de serem ultrapassadas. Ou eu sento e espero que alguém me leve pela mão ou atravesso sozinha levando na alma a coragem e a certeza de que chegarei ao outro lado.
Preciso atravessá-la sozinha, não porque não exista ninguém ao meu lado, e sim, porque o desafio é só meu.
No fim da ponte, sei que encontrarei todos que me querem bem. E entre tantos, estarás lá.
Torcendo.
Incentivando.
Em um só grito de VALEU!
Posso demorar a ultrapassar todas as barreiras, mas não importa como, chegarei lá com um sorriso no rosto.

05 maio 2009

Se o objetivo é a chegada, o que importa a velocidade?

Após duas semanas, meu canal lacrimal está abrindo. Por isso estava sentinfo o olho seco novamente.Tenho lágrima, mas não tanto quanto no início. Provavelmente terei que fazer um transplante de conjuntiva (membrana mucosa que forra o globo do olho e o une às pálpebras). Nem vou pensar nisso por enquanto. É só lá para julho.
A cada foto percebo mais a opacidade da pupila do olho direito. Outra cirurgia que me aguarda...
Não existe pressa (e nem previsão) de quando começarei a retirada dos pontos. A cicatrização não está bem firme e é melhor não arriscar.
Para que a pressa?
A chegada também é feita de pequenos passos...

03 maio 2009

Série faz crescer número de transplantes

A série “Transplante, o dom da vida” estreou no Fantástico no dia 12 de abril. Em menos de um mês no ar, sua contribuição foi decisiva para o aumento no número de doações e transplantes e para a diminuição de pacientes na fila de espera. É o que comprovam os números apresentados por médicos e hospitais do Brasil todo.
De acordo com o doutor Ronaldo Honorato, do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), o aumento foi perceptível através do contato dos médicos com as organizações que fornecem os doadores, as chamadas Organizações de Procura de Órgãos (OPO).
“Essas organizações são vinculadas aos grandes hospitais de São Paulo. Conversando com as OPOs, vimos que nessas últimas semanas houve um aumento do número de notificações e doadores efetivos”, explica.
Segundo Honorato, somente em abril foram realizados cinco transplantes de coração e um transplante de coração pediátrico, superando a média dos três primeiros meses de 2009, que foi de apenas dois transplantes por mês. Honorato acredita que os médicos estão notificando os óbitos por morte cerebral com mais frequência.
Leia mais no site do Fantástico.