28 novembro 2008

[Curiosidade] - Córnea transplantada é usada há 123 anos

A córnea transplantada do norueguês Bernt Aune está em uso há 123 anos - desde antes da construção da Torre Eiffel. "Este é o olho mais antigo da Noruega. Não sei se é o mais antigo do mundo", disse Aune, motorista de ambulância aposentado de 80 anos, à Reuters pelo telefone nesta quinta-feira. "Mas minha visão não é excelente".
Aune foi submetido a um transplante de córnea no olho direito em 1958. O órgão era de um homem mais velho, nascido em 1885. A operação foi feita no hospital Namsos, centro da Noruega.
"Eu não ficaria surpreso se esse fosse o órgão vivo mais velho do mundo", disse o médico oftalmologista Hasan Hasanain, do hospital onde Aune foi operado, ao jornal Verdens Gang.
Na década de 1950, médicos esperavam que uma córnea transplantada funcionasse por apenas cinco anos, afirmou Hasanain. Tais cirurgias de transplante de córnea começaram no início do século 20 e estavam entre os primeiros casos de sucesso.
"Não era incomum usar córneas de pessoas mais velhas que morriam", disse Aune.
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Reuters

17 novembro 2008

Depoimento de Jacqueline Bandeira

Meu nome é Jacqueline, sou de Juazeiro/Bahia, casada e tenho dois lindos filhos!
Minha história começa a partir do momento que um ventilador LITERALMENTE cai na minha cabeça. Foi exatamente isso que aconteceu na noite de 21 de agosto de 2002 enquanto dormia com meu filho ao meu lado. Percebendo que ele tossia muito por causa do vento forte do ventilador, levantei, desliguei o aparelho e o virei para o lado.
Quando voltei a ligá-lo as paletas de acrílico se partiram atingindo o meu olho esquerdo por dentro e por fora, além do meu supercílio e nariz.
Pronto! Daí em diante minha vida deu uma reviravolta imensa. A possibilidade de ficar cega foi infinitamente dolorosa e desesperadora. Um momento difícil até de descrever.
Na manhã seguinte ao acidente fiz a reconstituição do globo ocular, pois o ventilador partiu o meu olho praticamente ao meio, foram atingidas todas as regiões, menos a retina que, com a força e a violência do impacto, mesmo sem ser diretamente atingida criou uma membrana, contribuindo ainda mais para a minha perda da visão.
Entrei na fila e seis meses depois fiz o meu primeiro transplante de córnea. Não foi fácil, pois meu olho ficou muito machucado. Junto com o transplante fiz mais três cirurgias (Vitrectomia anterior, pupiloplastia e implante de lente intra-ocular). Foi muito complicado controlar a pressão ocular após o transplante. Depois de muitos colírios e medicamentos e mais uma intervenção cirúrgica para abrir uma fístula (para melhor circulação líquido ocular) conseguimos finalmente estabilizar a pressão. Processo que durou aproximadamente dois anos. Quatro anos após o primeiro transplante, a córnea foi rejeitada. Meu sofrimento aumentou muito, pois meu olho sempre estava inflamado muito dolorido. Com isso desenvolvi outros problemas como a ceratopatia bolhosa (as bolhas estouravam e viravam ferida) me causava muita dor e desconforto.
Em fevereiro/2007 entrei na fila novamente, desta vez em Salvador. Um ano e meio depois fiz o meu segundo transplante (agosto/2008). Fiz também mais duas cirurgias na retina, desta vez foi bem menos traumático. A cirurgia foi um sucesso! Os médicos estão bastante otimistas e acham que tenho chances de voltar a enxergar. Hoje, três meses depois das cirurgias realizadas, estou bem melhor. Não sinto mais dor, estou fazendo o acompanhamento e já tirei os quatro primeiros pontos. Minha nova córnea está ótima.
Trabalho e levo minha vida normalmente. Consegui terminar a faculdade. Me formei em pedagogia e farei especialização em educação especial, para ter a oportunidade de contribuir e ajudar mais as pessoas. Esse é o meu maior objetivo.

O IMPORTANTE É NUNCA DESISTIR. Fácil não é, mas com o apoio da família, médicos competentes e acima de tudo muita fé em Deus, que nos dá força e coragem para superar os momentos difíceis, nossos medos, inseguranças e as barreiras que encontramos no caminho, conseguiremos seguir em frente lutando e ainda teremos forças para ajudar ao próximo...
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Jacqueline, ter te conhecido pessoalmente e ter sentido toda a tua força e coragem, só confirmam a grande admiração que tenho por ti.
Deus nos dá as pedras que podemos carregar e se as suportamos, tudo fica mais fácil.

15 novembro 2008

Cientistas testam técnica de sutura com laser

Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, dizem ter conseguido aperfeiçoar um aparelho que utiliza lasers de dióxido de carbono para fechar feridas dentro e fora do corpo com uma técnica conhecida como "sutura a laser".
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Quando se trata de fazer suturas em cortes e feridas, pouca coisa mudou no mundo nos últimos 2 mil anos. Mesmo com sofisticadas técnicas de microcirurgia, infecções e cicatrizes continuam sendo uma grande preocupação dos médicos.
Para minimizar esses riscos, especialistas tentaram usar lasers de dióxido de carbono para fechar feridas, mas, sem poder controlar a temperatura do laser, a técnica apresentava perigos ainda maiores. Agora, a equipe de Tel Aviv diz que acredita ter resolvido o problema.
Liderados pelo professor Abraham Katzir, do Grupo de Física Aplicada da Universidade de Tel Aviv, os pesquisadores dizem que o trabalho pode mudar a forma como cirurgiões costuram cortes na pele e dentro do corpo durante operações.
O novo aparelho reduz automaticamente o poder do laser se ele começa a se aquecer demasiadamente, e aumenta a temperatura para completar a sutura se ela está muito baixa.
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Precisão
Katzir alcançou essa precisão no controle do laser com a utilização de fibras óticas feitas de haleto de prata desenvolvidas na Universidade de Tel Aviv.
As fibras conduzem a energia para aquecer o corte e também controlam a temperatura.
"Suturas ou pontos não são à prova de água, sangue e urina podem passar através dos cortes, causando infecções severas", diz Katzir.
"Além disso, em muitos casos, um cirurgião precisa de muita habilidade para fazer uma costura interna, suturar pequenos vasos sangüíneos, ou costurar cortes na pele sem deixar cicatrizes."
Katzir e seus colegas foram bem-sucedidos em testes com pacientes que fizeram cirurgias para remover pedras na vesícula.
Ao final da cirurgia, quatro cortes foram deixados na pele do abdôme, dois dos quais foram suturados com técnicas tradicionais e dois com a sutura a laser.
Os resultados dos primeiros testes indicam que tecidos suturados com laser se regeneram mais rápido e deixam menos cicatrizes.
Testes preliminares também foram bem-sucedidos em suturas de cortes na córnea, bexiga, intestino, vasos sangüíneos e traquéia.

Tecidos delicados
Segundo os pesquisadores, a técnica também pode ser usada para suturar tecidos dentro do corpo em órgãos como os rins, ou mesmo em cirurgias no cérebro.
Perfeito para uso em tecidos delicados, o laser pode evitar traumatismos no fechamento de ferimentos internos, de acordo com os pesquisadores.
A equipe está trabalhando com a permissão do Ministério da Saúde de Israel e em breve deve tratar cortes mais longos, como os que resultam de cirurgias de hérnia.
Os pesquisadores anunciaram que pretende pedir autorização do órgão americano que controla alimentos e remédios, o FDA (Food and Drug Administration), para testar a nova técnica em grande escala.
Se bem-sucedidos, os pesquisadores esperam poder oferecer a técnica comercialmente dentro de poucos anos.
"Acreditamos que cirurgiões plásticos, particularmente, vão amar essa invenção", afirma Katzir. "Fazer suturas que se regeneram bem e sem deixar cicatrizes é uma verdadeira arte, que poucas pessoas dominam." Segundo o pesquisador, o novo método será muito mais fácil de dominar e resultará em uma sutura à prova de água, impedindo infecções e acelerando a regeneração dos tecidos.
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Fonte: BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados.

14 novembro 2008

Depoimento de Maria das Graças de Souza Garcia


Sou de uma cidade do sul de Minas chamada Pouso Alegre. Tenho 43 anos, sou casada há 18 anos e sou advogada e mãe de uma filha linda de 16 anos. (mãe coruja).
Descobri que tenho Distrofia de Fuchs há pouco mais de três anos. Naquela época, aqui na minha cidade, ainda não tinha transplante de córnea.
Passei por vários médicos, sem conseguir descobrir o que realmente tinha. Alguns me diziam que era somente catarata, mas como de manhã eu tinha um embaçamento muito forte nos olhos e depois passava, fiquei desconfiada que tinha mais alguma coisa.
Descobri através de um médico amigo, que tinha um médico especialista em córnea aqui mesmo na cidade. Fui até esse "anjo" e ele primeiro me pediu uma microscopia da córnea, que tive que fazer em Belo Horizonte, já que aqui não tem esse tipo de exame. Quando retornei com o exame ele confirmou o que eu tinha. De lá para cá, meu olho direito foi piorando, até que decidimos fazer primeiro a cirurgia de catarata para depois entrar na fila do transplante, pois no olho direito a doença ainda está estacionada.
No dia 01 de outubro fiz a cirurgia de catarata, que correu perfeitamente, mas ela acelerou a doença, o que é normal, e no dia 20 de outubro fui para a fila de transplante. Será feito aqui mesmo, com o meu médico, que inclusive fez especialização no Hospital de Sorocaba.
Estou ansiosa para que chegue logo a minha vez, mas não estou com medo. Meu médico foi um "anjo" que entrou na minha vida e que está me ajudando muito a superar meus medos e receios. Ele acabou se tornando um grande amigo, que me escuta e me tranqüiliza em relação a todo o procedimento do transplante.
A minha doença me fez enxergar o mundo de uma forma diferente.
Hoje dou valor às pequenas coisas que antes, devido ao dia a dia corrido que tenho, eu não enxergava.
Dentre eles o lindo sorriso que minha filha de 16 anos tem e que antes eu não contemplava. O seu belo rosto, que me diz: "Mãe eu estou aqui e te amo muito".
Além dela, tenho um marido maravilhoso, que me ajuda em tudo.
Do que posso reclamar?
Vamos ao Transplante!
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Graça
Como é importante chegar a essa compreensão da vida. É isso mesmo. Valorizar o que antes não valorizávamos. Aceitar o que nos foi designado e fazer disso uma forma de ajudar ao próximo. Que venha o transplante!

10 novembro 2008

Doação

Poesia feita por mim, Alice Daniel, para meus doadores.

(Se estiver trancando, deixem o vídeo rolar até o final e cliquem novamente para rodar)

07 novembro 2008

Profissão Repórter

Mostrando a realidade de pessoas que vivem sem a visão. A história do menino cego que virou bicampeão olímpico de futebol e advogado, a escola que ensina crianças a lidar com a cegueira. Dona Maria: 47 anos na escuridão e o recomeço depois da cirurgia. Na hora da morte, a missão delicada da equipe do hospital que precisa pedir a doação das córneas.

O link para assistir ao Profissão Repórter sobre deficiência visual e transplante de córnea:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM900057-7823-CEGOS+LUTAM+PARA+SUPERAR+AS+DIFICULDADES,00.html