29 abril 2011

Depoimento de Ana Maria M. Padilha

Minha história sobre a perda de visão: desde “Córnea Guttata” à “Distrofia de Fuchs” e ao “Transplante de Córnea +  Cirurgia de Catarata”.

Comecei a usar óculos aos 36 anos (hipermetropia para longe e perto, Astigmatismo). Aos 38, o meu Oftalmologista registrou em minha ficha, (e não me disse nada), que eu começara a perder Células do Endotélio = camada mais interna da Córnea (início da chamada “Córnea Guttata”). Neste período eu só sentia secura ocular e ele me prescrevia um Colírio simples para olhos secos.
Em 06/2008, com 58 anos e com muita diminuição visual, ele me avisou que eu estava com Catarata em ambos os olhos e eu insisti numa operação. Fui informada, após 20 anos, que não poderia fazer qualquer tipo de operação, pois tinha um problema sério nas córneas, que “se descompensariam” e eu ficaria cega. Em pânico, exigi exames, que comprovaram o diagnóstico. Abandonei este médico e passei a consultar com muitos outros e a pesquisar sobre o meu caso.
Bem, ali eu decidi que faria o que estivesse ao meu alcance para não perder a visão como minha avó materna (que tinha tido Catarata e Glaucoma, e talvez, Fuchs).Todos, no meu Convênio Médico, diziam-me que eu teria que piorar muito a visão para fazer um Transplante e, simultaneamente, a Operação de Catarata. Após 3 meses, novos exames (Microscopia Especular = nº de células do Endotélio e Paquimetria Ultrassônica = espessura real da córnea, que indica se há edema), demonstraram que eu piorara muito e aí, eu já apresentava os primeiros sintomas da “Distrofia de Fuchs”. Encontrei, então, um cirurgião particular, em 09/2008, disposto a me operar, que me colocou na lista de espera de córneas da Sec. da Saúde e me receitou dois colírios como tratamento, não de cura, mas para minimizar os efeitos da doença. O olho direito era o pior, mas ao longo dos 10 meses de espera, o olho esquerdo começou com bolhas e dores, e foi, então, para este o “Transplante + Oper.de Catarata” em 07/2009. Tudo correu bem e dentro do previsto. Sete meses após, tive “um início de Rejeição” que foi atacado a tempo, tão logo senti minha visão desfocada. Eu havia tomado um remédio forte e novo, e passei mal e “meus Anticorpos = meu Sistema Imunológico”, acabaram atacando o meu Transplante. Após uma semana com muitos colírios, as células sanguinolentas que surgiram dentro da minha córnea nova sumiram. Hoje, 04/2011, eu tenho limitações por cansaço visual do O.E., após um certo tempo em cada atividade e problemas com umidade excessiva, muito sol ou vento (na cicatriz). Tenho, também, um “Astigmatismo decorrente do Transplante”, e que perturba muito a visão para além de 2 m e, que poderá ser corrigido com uma Operação a Lazer em 07/2011 (com expectativa de melhora de 70%). O olho direito continua com o tratamento de 2008 e está aguentando. Este mês porém, comecei a sentir, esporadicamente, ardência e sensação de corpo estranho nele, novamente. Espero que a necessidade de Transplante seja adiada, para depois de 07/2011.

Ana, assim como tu também tenho Fuchs e entendo perfeitamente quando falas da dor e das limitações. Mas somos mulheres fortes, não? E vamos enfrentando todas as dificuldades com garra, fé e esperança!
Alice

28 abril 2011

Minha visão

Faz um tempo que não coloco no blog foto dos olhos. Alguns dias atrás fiz minha consulta trimestral à oftalmologista. Meu grau para perto do olho transplantado está em 8 com 4 de astigmatismo. Esse grau me permite, com luminosidade chegar a 40% de acuidade visual.
Hoje, por exemplo, chove em Salvador. Tempo nublado. Minha visão piora sensivelmente.
Sem luz = - visão.


Percebe-se a cicatriz da nova córnea e no olho ainda esperando por transplante a córnea opaca pela doença e pela catarata.

25 abril 2011

Desepitelização da córnea (Abrasão da córnea)

A desepitelização da córnea (ou Abrasão da córnea) é um desgaste ocorrido pela fricção ou esfoladura da córnea.
Normalmente, ocorre quando um objeto arranha o olho. Também pode acontecer na prática de esportes quando se tem uma pancada (na maioria das vezes causada por bolas) , ou em qualquer modalidade de enfrentamento por trauma direto.

Quais são os sintomas ?
Dor no olho atingido. Ele pode ficar vermelho e lacrimejante e a visão embaçada.

Como é diagnosticado ?
O médico examinará a superfície do olho e testará a visão. Ele poderá utilizar tinta contrastante para visualizar melhor o arranhão.
A mancha - que desaparecerá em poucos minutos - fará com que sua visão fique, temporariamente, amarelada.

Como é tratada ?
Se o oftalmologista perceber que existe algum corpo estranho dentro do olho do paciente, ele aplicará um anestésico para a retirada deste corpo estranho.
A córnea possui uma grande habilidade de cicatrização. O uso de antibiótico em gotas ou pomada acelera a cura.
O oftalmologista poderá colocar um tampão no olho do paciente e recomendar um exame de acompanhamento durante as 24 ou 48 horas seguintes.

Por quanto tempo durarão os efeitos ?
A maioria das abrasões da córnea se cura dentro de um ou dois dias. Uma vez recuperada a visão, o retorno ao esporte será permitido.

Como evitar a abrasão da córnea ?
A melhor maneira de evitar a abrasão da córnea causada por esportes ou atividades perigosas é usar óculos protetores ou escudos para os olhos que se acoplem a capacetes.

03 abril 2011

Depoimento de Elenita Cardozo

Tudo começou assim:
Sempre usei óculos mas nunca enxergava direito, mesmo com óculos. Até  que ao fazer exame de rotina, fui  diagnosticada com ceratocone. Isto ocorreu em 1997. Imediatamente diagnosticado, comecei a usar as lentes rígidas. No começo achei bem difícil, mas como eu já havia percebido que com as lentes eu enxergava muito melhor, fiz um esforço estupido para me acostumar. Usei as lentes durante +/- 12 anos.
Em 2008 comecei a perder muitas lentes... elas não paravam em meus olhos e como não enxergava sem elas, nunca conseguia achá-las, tendo que mandar fazer outras.
O meu sonho era colocar o anel de Ferrara, pois as lentes já estavam incomodando bastante, além das perdas seguidas... Eu já tinha ouvido falar do anel de Ferrara... passei por vários médicos aqui em SP, mas o custo era muito alto e eu não tinha condições de pagar. Até que descobri que em Sorocaba eles faziam o implante via SUS. Foi aí que comecei a ir lá.
A minha 1ª consulta foi para eles avaliarem se era caso de anel ou transplante....Eles avaliaram, e indicaram o anel e me passaram uma guia para eu fazer o teste do anel, pra ver se não haveria rejeição ou não.
Como era nov/2008 e pelo SUS, só consegui agendar este tal exame para mar/2009...enquanto isso, ia levando com as lentes...Mas nesta altura eu já estava tendo problemas no meu trabalho, devido ao fato de não estar enxergando direito.  Eu trocava muito os números...
Quando finalmente chegou março e fui a Sorocaba fazer o teste, o Ceratocone já tinha se agravado tanto que  já não era mais indicado o anel e sim o transplante das duas córnea. Como o transplante o convênio dava cobertura também, comecei a passar com o mesmo médico, pois pelo convênio seria tudo mais rápido (quanto às consultas e não quanto a fila do transplante, que é a mesma).
Nesta época eu já não conseguia usar as lentes e estava tendo dificuldade para me locomover, para subir e descer excadas, não enxergava buracos nas ruas, não enxergava as pessoas direito, ficou tudo muito branco, embassado.
Sendo assim, me afastei do trabalho em abr/09; fiquei no INSS até que voltasse a enxergar pelo menos para leitura... Fiz a 1ª cirurgia em julho/09
Correu tudo bem. Não senti absolutamente nada! Não senti nenhuma dor! Nenhuma complicação!
Voltei a trabalhar em  mai/10. Nesta época já estava enxergando para leitura, mas não tinha a profundidade das coisas ainda...precisava operar o outro para melhorar a visão como um todo.
Hoje tenho 80% da visão! Graças a Deus!
O 2º transplante fiz em 19/ago/2010, pois tem que ter um intervalo de 1 ano entre uma cirurgia e outra; para esta cirurgia fiquei somente 15 dias afastada do meu trabalho, pois eu já enxergava, por causa do outro olho...Como no outro transplante, não senti absolutamente nada neste também; Só a recuperação que está mais lenta que do outro olho.
Já quase 7 meses após a cirurgia, e não enxergo nada ainda...
O médico disse que provavelmente para este olho não vou ter o mesmo resultado que o outro...mas que vai melhorar...não tanto quanto o outro, mas vai melhorar...
Quanto ao atendimento lá em Sorocaba, não tenho do que reclamar....excelente o atendimento de todos! Eles estão de parabéns! Merecem o título de hospital referência da América Latina;
E é isso aí pessoal...Qualquer coisa a mais que queiram saber, é só perguntar!
 
Abraços à todos e boa sorte!
 

Elenita Cardozo