12 junho 2008

Cheguei no HOS antes das 13 horas, do dia 14 de julho de 2007, pois queria saber a resposta do Plano de Saúde e se algo desse errado, teria que dar entrada como particular.
Havia uma liberação para a cirurgia! Mas não para o Intralase... Questionei com a Administração do hospital que se o Plano não cumprisse na totalidade a Liminar, teriam que arcar com a multa estipulada pela juíza.
Depois de várias conversas telefônicas e na impossibilidade do Plano de Saúde entrar em contato com a sua assessoria jurídica, a Liminar foi acatada.
Depois de tanta angústia e espera, chegava a hora tão esperada!
Minha filha acompanhou-me até a sala de preparação. Ajudou-me a trocar de roupa e aguardamos a minha vez de ser chamada.
Quando chamaram meu nome, abracei minha filha. Percebi o nervosismo dela, os olhinhos apreensivos e marejados de lágrimas.
Falei que tudo daria certo. Que ela acreditasse como eu acreditava.
E lá fui eu para a cirurgia.
O Transplante de Córnea, tanto o Penetrante quanto o Lamelar, é uma cirurgia simples. Normalmente feito com anestesia local. Só utilizam a geral se o paciente preferir ou se estiver muito nervoso.
Eu quis a local. A anestesista injeta um tranquilizante para que a anestesia seja dada sem que o paciente sinta muito.
Foi a única dor que senti. A agulha no olho.
Já havia tomado esse tipo de anestesia quando fiz a oclusão do canal lacrimal, só que era em menor quantidade.
Digo sempre que pra quem já levou agulhada no olho, qualquer outra dor é carinho.
Eu sentia meu rosto paralisado, nenhuma dor e o tempo passou sem que eu percebesse.
Saí da sala de cirurgia andando. Na outra sala colocaram-me numa cadeira de rodas, enquanto chamavam a minha filha e entregavam a ela todas as recomendações médicas.
Como eu não dormiria no hospital por ter onde ficar, fui para o quarto apenas para me alimentar e trocar de roupa. Deveria retornar no dia seguinte para a retirada do tampão.
Já em casa, a noitinha, deitei e dormi até o outro dia. Lembro vagamente de ser acordada para os remédios. Domingo, 9 h da manhã fomos para a retirada do tampão. A partir daí só usaria o de acrílico para dormir.
A médica marcou retorno na terça-feira, dia 16.



AGORA SIM, TRANSPLANTADA!


Após tirar o tampão, não enxergava nada do olho transplantado. Via tudo branco. A luz incomodava-me demais (fotofobia). Dor? Nenhuma. Como estava tudo bem, a médica liberou a viagem de volta. Isso só pôde acontecer, porque ela e meu médico são amigos e estão sempre em contato. Marcamos a volta para o dia seguinte, quarta-feira, dia 17. Daí para a frente, teria que seguir todos os conselhos médicos, como por exemplo, remédios na hora certa, não pegar peso, dormir com o tampão... MInha visão foi voltando aos poucos. Nos primeiros dias tudo branco, depois sombras, cores, até ver as imagens completas. Óculos escuros usei nos 3 primeiros meses, até durante noite. Até hoje determinadas luzes me incomodam. Atualmente, 11 meses após o transplante, não tenho mais a Distrofia no OE, mas minha visão ficou baixa. 30%, corrigida (com óculos). No OD minha acuidade é de 50% corrigida. Terei que fazer novamente o transplante no olho esquerdo e assim, o do direito fica para depois. Farei aqui em Salvador mesmo. A fila é mais longa e farei o Penetrante.
Se me arrependo? Não.
Se questiono porque não deu certo? Não.
Se sou feliz? Sou.
Continuo ACREDITANDO, porque Ele sabe o que faz. E estou sempre pronta a explicar o que sei e a procurar o que não sei para ajudar quem está passando pelo que passei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que linda atitude tivestes amiga!
Que Deus ilumine teus caminhos para que consigas iluminar outros.
Rezo por ti. Bjs