28 agosto 2008

Depoimento de Katia Moreira

Eita doença que chega de uma hora para outra e vai devastando tudo!
Eu descobri que eu era portadora da doença(Ceratocone) com 13 anos. Para mim foi o fim, na escola era uma dificuldade e tanto. Sentava na primeira carteira e não enxergava nada, apenas vulto. Dava para ver aquele cone de longe.
Tudo chegou ao fim no dia 23 de março de 2004, quando realizei o transplante.
A cirurgia correu bem e veio a fase da retirada dos pontos. Essa foi pior, pois o médico não conseguia tirar meu pontos com facilidade e quase sempre eu tinha que tirá-los no Centro Cirúrgico.
É uma sensação terrível ver!
Depois tive que passar por uma sutura de córnea e, aí sim, foi a pior parte. A anestesia não pegou, porque eu estava muito nervosa. Senti tudo e vi tudo.
Sou bailarina e na minha recuperação tive que parar com as minhas atividades
Eu tinha apenas 5% de visão agora eu estou com 100% e agradeço a Deus por poder ver as coisas maravilhosas do mundo!
Sei que é difícil lidar com essa doença, mas temos que ir à luta, ganhar uma nova córnea e passar por dificuldades.
Porém tudo é superado.
O Ceratocone é uma desordem ocular não inflamatória que afeta a forma da córnea, provocando a percepção de imagens distorcidas.
E foi assim que aprendi a valorizar as coisas simples da vida, como agradecer todos os dias quando acordo e ao abrir os olhos, consigo ver mais um dia maravilhoso amanhecendo. Aprendi também como é fundamental termos amigos verdadeiros. O quanto é importante termos uma família e que, realmente, dinheiro não compra nossa felicidade.
Agora estou na fila de transplante esperando para realizar no olho esquerdo.
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Katia, nada é por acaso. Talvez tudo o que passaste foi uma forma que Deus encontrou de te mostrar o valor das coisas simples, essa descoberta da vida.
Um beijo

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