É muito difícil escrever toda a minha história de 9 anos, mas deixarei aqui alguns dos principais acontecimentos, pois sei que ajudará a muitos e trará esperança aos que ainda não têm.
Meu nome é Viviana, tenho 23 anos e descobri o Ceratocone com 14 anos. Fiz transplante de Córnea no dia 07/11/2007.
Procurei um oftalmologista pela primeira vez, porque sentia muita sensibilidade à luz, andar no sol doía meus olhos e faziam lagrimejar, em casa não suportava dormir com luzes acesas e, além disso, eles coçavam muito. Na verdade eu não havia percebido a dificuldade para enxergar!
Fiz óculos, mas o nome da doença o oftalmo nem sabia, só sabia que não tinha cura porque deformava a córnea!
Obs: Temos que buscar sempre um bom profissional, oftalmos competentes, embora o custo possa ser maior. Vale a pena! Nesses anos todos, passei por uns 15 profissionais. Mas encontrei um médico maravilhoso que me acompanha com responsabilidade e competência!
Quando recebi o meu primeiro óculos, e o coloquei no rosto levei um susto, pois VI algo diferente do meu normal: via as cores tão melhor, tudo tão mais bonito.
Seis meses se passaram e o óculos de lentes grossas de, como diziam meus amigos “fundo de garrafa”, não adiantava mais nada...via tudo embaçado a cabeça doía muito e os olhos não paravam de coçar!
Fui à procura de informação pela Internet, foi quando encontrei pessoas maravilhosas que passavam pelos mesmos problemas e que até hoje me ajudam MUITOOO, foi ai que compartilhando os sintomas descobri o nome da doença: Ceratocone. E mais uma vez tive que ir a procura de outro profissional para tratar essa doença.
O grau praticamente dobrava a cada seis meses... comecei a usar lentes rígidas.
Uma das maiores emoções da minha vida foi a primeira vez que coloquei minhas lentes, fiquei desesperada: O que eram aquelas coisas que eu estava vendo? Que cores lindas eram aquelas? E quando olhei para os meus braços Uau!!! percebia até as pintinhas que tinha. Na verdade eu nunca as tinha visto antes. Comecei a chorar (e agora ainda choro enquanto escrevo sobre isso). Era tudo muito novo, eu então percebi que antes não enxergava direito só havia me acostumado com o jeito que estava. Por isso me surpreendi tanto. Foi uma experiência maravilhosa para mim! Uma sensação inexplicável que marcou muito.
É... foi bom esses primeiros dias, mal sabia eu que percorreria longos e complicados anos... as lentes começaram a machucar meus olhos, não suportava mais usá-las, o vento a poeira o sol tudo incomodava, tinha que tirá-las pra limpar toda hora, depois começaram a cair constantemente e eu que nem uma doida toda hora procurando no chão, no sofá, no ônibus. Hoje sou uma profissional em achar minhas lentes perdidas por ai...(risos).
Eu tinha muito medo do transplante e fazia de tudo para evitá-lo. Meus olhos não suportavam mais o uso de lentes rígidas, o médico receitou o uso do piggback: lentes gelatinosas por baixo das rígidas. Isso me ajudou muito.
Me inscrevi na fila de transplantes mesmo sem querer aceitá-lo... dois anos se passaram e com eles minha esperança ia se acabando também, nessa longa espera a verdade era que não havia estrutura para transplante no hospital publico aqui do DF, eles passavam a vez na fila para pacientes que aguardavam pelo hospital particular. Foi quando conheci um médico maravilhoso que em meio ao desespero trouxe tranqüilidade e resolvi fazer o transplante em sua clinica.
Precisei somente mudar os dados na fila de inscrição trocando o nome do hospital. No mesmo dia recebi a tão esperada ligação marcando o horário do transplante em menos de 12horas
Agradeço a Deus por ter me abençoado tanto, mais fico revoltada com a precariedade do serviço publico no DF, porque sei que como eu sofria com a espera outras pessoas que não tiveram a mesma oportunidade que eu ainda sofrem. (A noticia que tenho neste ano é de que fila anda um pouco mais eficiente por causa de uma parceria do SUS com uma universidade).
O transplante foi um sucesso , fiquei muito feliz porque não é um “bicho de sete cabeças” como eu pensava, o repouso é delicado mas vale a pena ... Não posso deixar de agradecer à família doadora, pois em meio a morte me deram oportunidade de viver melhor.
Hoje sou outra pessoa, recuperei minha esperança, minha auto-estima, minha fé recomeçou, minha família também está mais feliz, pois todos sofriam comigo. Ah! Minha visão?
Poxa... muito melhor que antes e mais gostoso ver sem lentes...Uma delicia, um alivio...Tenho outra vida!
Bom vocês devem estar se perguntando essa garota é maluca, olha o tamanho desse depoimento, bom escrevi aqui aquilo que acredito que ajudará alguém que já passou ou ainda está passando por algo parecido. Assim como muitas histórias me ajudaram também e me encorajaram.
Espero que todos tenham a oportunidade de serem felizes como eu tenho sido, que não percam nunca a esperança de dias melhores, que acreditem que Deus existe e faz por você o que ninguém consegue fazer, que amem suas famílias e agradeçam todos os dias pelos amigos que têm. Eles nos ajudam a vencer e fazem as nossas vidas mais felizes!
Obrigada a todos e a Alice pela oportunidade!
Meu nome é Viviana, tenho 23 anos e descobri o Ceratocone com 14 anos. Fiz transplante de Córnea no dia 07/11/2007.
Procurei um oftalmologista pela primeira vez, porque sentia muita sensibilidade à luz, andar no sol doía meus olhos e faziam lagrimejar, em casa não suportava dormir com luzes acesas e, além disso, eles coçavam muito. Na verdade eu não havia percebido a dificuldade para enxergar!
Fiz óculos, mas o nome da doença o oftalmo nem sabia, só sabia que não tinha cura porque deformava a córnea!
Obs: Temos que buscar sempre um bom profissional, oftalmos competentes, embora o custo possa ser maior. Vale a pena! Nesses anos todos, passei por uns 15 profissionais. Mas encontrei um médico maravilhoso que me acompanha com responsabilidade e competência!
Quando recebi o meu primeiro óculos, e o coloquei no rosto levei um susto, pois VI algo diferente do meu normal: via as cores tão melhor, tudo tão mais bonito.
Seis meses se passaram e o óculos de lentes grossas de, como diziam meus amigos “fundo de garrafa”, não adiantava mais nada...via tudo embaçado a cabeça doía muito e os olhos não paravam de coçar!
Fui à procura de informação pela Internet, foi quando encontrei pessoas maravilhosas que passavam pelos mesmos problemas e que até hoje me ajudam MUITOOO, foi ai que compartilhando os sintomas descobri o nome da doença: Ceratocone. E mais uma vez tive que ir a procura de outro profissional para tratar essa doença.
O grau praticamente dobrava a cada seis meses... comecei a usar lentes rígidas.
Uma das maiores emoções da minha vida foi a primeira vez que coloquei minhas lentes, fiquei desesperada: O que eram aquelas coisas que eu estava vendo? Que cores lindas eram aquelas? E quando olhei para os meus braços Uau!!! percebia até as pintinhas que tinha. Na verdade eu nunca as tinha visto antes. Comecei a chorar (e agora ainda choro enquanto escrevo sobre isso). Era tudo muito novo, eu então percebi que antes não enxergava direito só havia me acostumado com o jeito que estava. Por isso me surpreendi tanto. Foi uma experiência maravilhosa para mim! Uma sensação inexplicável que marcou muito.
É... foi bom esses primeiros dias, mal sabia eu que percorreria longos e complicados anos... as lentes começaram a machucar meus olhos, não suportava mais usá-las, o vento a poeira o sol tudo incomodava, tinha que tirá-las pra limpar toda hora, depois começaram a cair constantemente e eu que nem uma doida toda hora procurando no chão, no sofá, no ônibus. Hoje sou uma profissional em achar minhas lentes perdidas por ai...(risos).
Eu tinha muito medo do transplante e fazia de tudo para evitá-lo. Meus olhos não suportavam mais o uso de lentes rígidas, o médico receitou o uso do piggback: lentes gelatinosas por baixo das rígidas. Isso me ajudou muito.
Me inscrevi na fila de transplantes mesmo sem querer aceitá-lo... dois anos se passaram e com eles minha esperança ia se acabando também, nessa longa espera a verdade era que não havia estrutura para transplante no hospital publico aqui do DF, eles passavam a vez na fila para pacientes que aguardavam pelo hospital particular. Foi quando conheci um médico maravilhoso que em meio ao desespero trouxe tranqüilidade e resolvi fazer o transplante em sua clinica.
Precisei somente mudar os dados na fila de inscrição trocando o nome do hospital. No mesmo dia recebi a tão esperada ligação marcando o horário do transplante em menos de 12horas
Agradeço a Deus por ter me abençoado tanto, mais fico revoltada com a precariedade do serviço publico no DF, porque sei que como eu sofria com a espera outras pessoas que não tiveram a mesma oportunidade que eu ainda sofrem. (A noticia que tenho neste ano é de que fila anda um pouco mais eficiente por causa de uma parceria do SUS com uma universidade).
O transplante foi um sucesso , fiquei muito feliz porque não é um “bicho de sete cabeças” como eu pensava, o repouso é delicado mas vale a pena ... Não posso deixar de agradecer à família doadora, pois em meio a morte me deram oportunidade de viver melhor.
Hoje sou outra pessoa, recuperei minha esperança, minha auto-estima, minha fé recomeçou, minha família também está mais feliz, pois todos sofriam comigo. Ah! Minha visão?
Poxa... muito melhor que antes e mais gostoso ver sem lentes...Uma delicia, um alivio...Tenho outra vida!
Bom vocês devem estar se perguntando essa garota é maluca, olha o tamanho desse depoimento, bom escrevi aqui aquilo que acredito que ajudará alguém que já passou ou ainda está passando por algo parecido. Assim como muitas histórias me ajudaram também e me encorajaram.
Espero que todos tenham a oportunidade de serem felizes como eu tenho sido, que não percam nunca a esperança de dias melhores, que acreditem que Deus existe e faz por você o que ninguém consegue fazer, que amem suas famílias e agradeçam todos os dias pelos amigos que têm. Eles nos ajudam a vencer e fazem as nossas vidas mais felizes!
Obrigada a todos e a Alice pela oportunidade!
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Viviana, não tens que agradecer a mim. Sou apenas um grão de areia entre tantas pessoas que levam suas experiências para ajudar a quem precisa.
Que a tua vida seja cada dia mais colorida.
5 comentários:
"Que a tua vida seja cada dia mais colorida."
Amém!
Que lindo amiga...
Paulinha
Esse depoimento me emocionou muito, estou com esse mesmo problema, e descobri a 15 dias que não vou mais poder usar as lentes, meu oftalmo é de Araras interior de São Paulo, estive lá recente foi aí que descobri q meu problema não é tão simples como eu pensava. Estou morando em Rubiataba interior de goias aqui não tem recurso nenhum, marquei um oftalmo em goiania, estou com medo. Sempre tive problema, mas a 4 anos descobri o ceratocone, e agora piorou. Estou com muito medo, seu depoimento é lindo(estou chorando)me deu um pouco de esperança.
Forte abraço.
monicapagotti@hotmail.com
Entao depois de um ano e alguns meses...me inscrevi mais uma vez na fila de transplante para o olho direito agora...ja q recebi alta do olho esquerdo...a vida continua e é bom saber q este depoimento serviu para trazer esperança para alguem!!!Espero que minha vida recomece mais uma vez com a doaçao de alguem!bJO
pam_mel6@hotmail.com
realmente sua historia e muito bonita e graças a Deus vai dar tudo cero e so quem tem sabe como a visão é prejudicada .
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