Procurando sobre a minha acuidade visual a pouco no Google, encontrei essa entrevista do Dr. Dráuzio Varella com a Coordenadora da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual.
Nesta entrevista, duas respostas me chamaram a atenção:
1ª - É importante lembrar que a criança não nasce com a visão desenvolvida. Pode-se dizer que o recém-nascido enxerga trinta vezes menos do que o adulto com visão normal. Embora nasça com o olho totalmente formado, a função visual só se completa no fim da primeira década de vida, entre os oito e os dez anos. No entanto, o primeiro ano é de primordial importância para o bom desenvolvimento da visão.
2ª - Quem não tem nenhum problema de visão enxerga um valor de 20/20 (vinte sobre vinte) numa escala de fração que mede a acuidade visual. Ao nascer, a criança enxerga um valor 20/600, ou seja, trinta vezes menos. Portanto, ela vê vultos. A visão das cores e a sensibilidade ao contraste não estão totalmente desenvolvidas. Para ela, é mais fácil fixar um objeto de alto contraste, preto e branco, por exemplo, e interessar-se mais pelas bordas do que pelo conteúdo do objeto. À medida que a função visual vai se desenvolvendo, a criança passa a interessar-se por objetos de baixo contraste, por seu conteúdo, e consegue definir melhor as cores.
.
Isso porque hoje, o dr. Jorge, durante nossa conversa sobre um outro caso, citou exatamente a visão do recém-nascido.
Ao medir a minha acuidade visual sem correção do OE (transplantado), viu-se que estou com 20/600. Visão de bebê com 1 mês. Me senti parte do filme "O Curioso Caso de Benjamin Button".
Não há muita esperança que melhore. Já sabíamos, eu e o meu médico, que o segundo transplante seria uma tentativa de consertar a visão.
Se o DSAEK deixou sequelas é difícil afirmar. Se tivesse feito o transplante penetrante ao invés do lamelar estaria diferente agora?
Não sei.
O importante é que isso não me afeta mais como me afetaria dois anos atrás.
O aprendizado não terminou...