Queridos amigos,
É um prazer enorme poder estar compartilhando com vocês a minha história, que teve seu início a mais de 30 anos, quando se falar em transplante de córnea em nosso país
era algo do outro mundo. Juro não ter idéia da proporção e do desespero que causou em minha família, ao saber que eu, com 8 anos de idade, teria necessidade de fazer um com a máxima urgência, para que assim, fosse possível preservar pelo menos um dos dois olhos com ceratocone. Foi pensado em irmos para outro país, mas nem sei se meus pais avaliaram na época as nossas condições financeiras, o que sei é que o desespero os fazia correr em busca de médicos com maiores conhecimentos.
Um Oculista em SP, na época não me recordo de se falarem em Oftalmologista, nos indicou o Instituto Penido Burnier na Cidade de Campinas e nos encaminhou com uma carta ao médico, era a nossa única chance no Brasil e talvez no mundo, foram as palavras dele. Resumindo meu caso foi avaliado como grave. Após alguns meses fui submetida ao meu 1º transplante de córnea, para se ter idéia, fiquei por mais de um mês dentro de um quarto de hospital, deitada em uma mesma posição, sem movimentar a cabeça para nada, e com a cabeça totalmente enfaixada, as dores eram grandes, a maior parte do tempo dormindo, conforme minha mãe disse devido a ingestão de analgésicos. Para retirada de pontos, foi utilizada anestesia geral e passei mais alguns dias no hospital. Mas tudo valeu a pena, pois o resultado foi um sucesso.
Apesar da pouca idade, sempre usei lentes de contato rígidas, o que me possibilitou fazer o 2º transplante, agora já adolescente, também com o mesmo médico, em Campinas. Desta vez, fiquei hospitalizada por apenas dois dias e fiz questão que o procedimento fosse todo efetuado com anestesia local. Sentia-me tranqüila, aguardando aquele órgão novo que alguém tão generosamente havia me presenteado. Desta vez, eu passei por um sério principio de rejeição, fui afastada da escola, tinha muitas dores, tive muito medo. Mas, durona, nunca reclamei, acho até que tinha certa vergonha do meu médico que até hoje me trata como criancinha. E mais uma vez, tudo deu muito certo!
Com 25 anos, fazendo a segunda faculdade, amante da literatura, comecei a perder a lente por todos os lugares, ora no quarto, ora na sala, enfim, algo não estava bem e realmente este foi o diagnóstico dado. Eu teria que fazer o 3º transplante, o mesmo que havia feito quando adolescente. Mais uma vez eu e minha família iríamos passar por tudo novamente, medo, incerteza e o pior: a angústia da espera dos Bancos de Olhos. Até que o dia da cirurgia chegou. Tudo estava mais moderno ainda, entrei de manhã e fui embora à tarde.Tive que passar por tudo novamente é lógico, os cuidados, medos, a readaptação, o engatinhar. E outro sucesso.
No ano de 2007, passei por uma cirurgia que ainda não possui uma denominação especifica para todos os médicos, trata-se na verdade de uma plástica efetuada sobre a ceratoplastia penetrante (transplante), essa cirurgia foi efetuada no olho que foi feito meu 1º transplante, há 30 anos, para diminuir o astigmatismo, pois todo transplantado "herda" o astigmatismo, essa cirurgia pelo que me parece no futuro diminuirá muito o número de re-transplantes efetuados.
Hoje com o auxílio, que sempre haverá, de uma lente de contato de excelente qualidade, cuja oxigenação é maravilhosa enxergo 100% com cada um dos meus olhos.
Sou alguém muito especial, sou como meus médicos dizem a pessoa mais agradecida e feliz que eles conhecem. Para mim a dor, o medo, a insegurança, revolta, tristeza, dúvidas, etc., jamais foram mais fortes do que minha esperança.
De tudo o que passei, só ficou o gosto da vitória. Nas entrevistas que dei sempre deixo claro o quanto acredito nas pessoas que se unem por um ideal, nas pessoas que fazem uma corrente, não é? Eu sou o resultado da corrente.
Estou aqui para ajudá-los no que for preciso, pois minha história é linda!
Um enorme beijo a todos e muita paz.
É um prazer enorme poder estar compartilhando com vocês a minha história, que teve seu início a mais de 30 anos, quando se falar em transplante de córnea em nosso país
era algo do outro mundo. Juro não ter idéia da proporção e do desespero que causou em minha família, ao saber que eu, com 8 anos de idade, teria necessidade de fazer um com a máxima urgência, para que assim, fosse possível preservar pelo menos um dos dois olhos com ceratocone. Foi pensado em irmos para outro país, mas nem sei se meus pais avaliaram na época as nossas condições financeiras, o que sei é que o desespero os fazia correr em busca de médicos com maiores conhecimentos.
Um Oculista em SP, na época não me recordo de se falarem em Oftalmologista, nos indicou o Instituto Penido Burnier na Cidade de Campinas e nos encaminhou com uma carta ao médico, era a nossa única chance no Brasil e talvez no mundo, foram as palavras dele. Resumindo meu caso foi avaliado como grave. Após alguns meses fui submetida ao meu 1º transplante de córnea, para se ter idéia, fiquei por mais de um mês dentro de um quarto de hospital, deitada em uma mesma posição, sem movimentar a cabeça para nada, e com a cabeça totalmente enfaixada, as dores eram grandes, a maior parte do tempo dormindo, conforme minha mãe disse devido a ingestão de analgésicos. Para retirada de pontos, foi utilizada anestesia geral e passei mais alguns dias no hospital. Mas tudo valeu a pena, pois o resultado foi um sucesso.
Apesar da pouca idade, sempre usei lentes de contato rígidas, o que me possibilitou fazer o 2º transplante, agora já adolescente, também com o mesmo médico, em Campinas. Desta vez, fiquei hospitalizada por apenas dois dias e fiz questão que o procedimento fosse todo efetuado com anestesia local. Sentia-me tranqüila, aguardando aquele órgão novo que alguém tão generosamente havia me presenteado. Desta vez, eu passei por um sério principio de rejeição, fui afastada da escola, tinha muitas dores, tive muito medo. Mas, durona, nunca reclamei, acho até que tinha certa vergonha do meu médico que até hoje me trata como criancinha. E mais uma vez, tudo deu muito certo!
Com 25 anos, fazendo a segunda faculdade, amante da literatura, comecei a perder a lente por todos os lugares, ora no quarto, ora na sala, enfim, algo não estava bem e realmente este foi o diagnóstico dado. Eu teria que fazer o 3º transplante, o mesmo que havia feito quando adolescente. Mais uma vez eu e minha família iríamos passar por tudo novamente, medo, incerteza e o pior: a angústia da espera dos Bancos de Olhos. Até que o dia da cirurgia chegou. Tudo estava mais moderno ainda, entrei de manhã e fui embora à tarde.Tive que passar por tudo novamente é lógico, os cuidados, medos, a readaptação, o engatinhar. E outro sucesso.
No ano de 2007, passei por uma cirurgia que ainda não possui uma denominação especifica para todos os médicos, trata-se na verdade de uma plástica efetuada sobre a ceratoplastia penetrante (transplante), essa cirurgia foi efetuada no olho que foi feito meu 1º transplante, há 30 anos, para diminuir o astigmatismo, pois todo transplantado "herda" o astigmatismo, essa cirurgia pelo que me parece no futuro diminuirá muito o número de re-transplantes efetuados.
Hoje com o auxílio, que sempre haverá, de uma lente de contato de excelente qualidade, cuja oxigenação é maravilhosa enxergo 100% com cada um dos meus olhos.
Sou alguém muito especial, sou como meus médicos dizem a pessoa mais agradecida e feliz que eles conhecem. Para mim a dor, o medo, a insegurança, revolta, tristeza, dúvidas, etc., jamais foram mais fortes do que minha esperança.
De tudo o que passei, só ficou o gosto da vitória. Nas entrevistas que dei sempre deixo claro o quanto acredito nas pessoas que se unem por um ideal, nas pessoas que fazem uma corrente, não é? Eu sou o resultado da corrente.
Estou aqui para ajudá-los no que for preciso, pois minha história é linda!
Um enorme beijo a todos e muita paz.
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Roseli, é muito bom quando temos essa compreensão do que nos foi designado e revertemos nosso medo, dúvidas e fé em alegria, respostas e esperança.
Ajudar quem está iniciando esse processo também é um objetivo meu.
Obrigada pelo depoimento.
Um comentário:
Oeee!!!!!!!
Eu tenho distrofia de Fuks.....
Ceratopatia microbolhosa,tenho dores,de cabeça e nos olhos,á cornia fica muuito inchada...
Fiz o transplante,no olho direito,e ja estou na fila,pro outro,olho.Foi tudo muuuito,rapido,seguro,sem dor nenhuma...ja tirei 4 pontos...
e fica uma grande,lição de todos nos,transplantados....e vitoria dos medicos,familia dos doadores...
È uma corrente maravilhosa,essas historias,de pessoas reais,com uma dor muuuuito grande, e muuita gratidão,agradesso,á deus,por essa oportunidade,de está,compartilhando e superando,junto com vcs meu proprio limite...
Minha vissão aida está limitada,esta melhorando á cada dia..
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